CCEE: PLD deve ficar no teto até 30.11
Da Redação, de Brasília (Com apoio da CCEE) —
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE apresentou nesta segunda-feira, 02 de outubro, uma análise do comportamento do Preço de Liquidação das Diferenças – PLD de setembro e início de outubro. A piora no cenário hidrológico, ao longo de setembro, levou o PLD a R$ 533,82 / MWh, valor máximo estabelecido pela Aneel para 2017, e este valor deve permanecer nos próximos dois meses.
“Quando avaliamos as afluências em setembro, vimos uma adversidade considerável em alguns submercados, mas a análise para outubro indica recuperação desse cenário”, afirma o gerente de preços da CCEE, Rodrigo Sacchi.
A previsão de afluências para o período aponta melhora nos índices, principalmente no Sudeste, passando de 65% da média histórica em setembro para 79% em outubro. No Sul, as ENAs que ficaram bastante abaixo da MLT no mês passado (23%), devem atingir 52% ao longo de outubro. “A tendência é que os índices de ENAs permaneçam abaixo da média no Sudeste, voltando a se aproximar da MLT apenas no final do período úmido. Essa recuperação deve ser mais rápida no Sul, com os índices voltando à normalidade ainda em dezembro”, destaca o executivo.
O armazenamento dos reservatórios do Sistema, por sua vez, registrou queda em todas regiões ao longo do último mês, impactado pela hidrologia ruim. Os esvaziamentos mais significativos ocorreram nos reservatórios do Sul (-19,7%) e do Norte (-18,3%). A energia armazenada caiu de forma menos expressiva no Sudeste (-8,1%) e no Nordeste (-3%).
“A consequência desse cenário é a elevação do PLD ao longo de setembro, atingindo o valor máximo nas últimas três semanas do mês, comportamento que permanece para a primeira semana de outubro. A perspectiva é de que o preço permaneça em R$ 533.82/MWh ao longo de outubro e novembro, caindo gradualmente a partir de dezembro, tendência mantida para o início de 2018. Com isso, o PLD médio para 2017 deve ficar em R$ 355/MWh”, projeta Sacchi.
O fator de ajuste do MRE esperado para o ano foi revisto e deve ficar em 78,8%, considerando o perfil de sazonalização de Garantia Física (GF) declarado pelos agentes desse mecanismo, com índices em 61,5% em setembro e 61,2% em outubro. A projeção do MRE relacionada à repactuação do risco hidrológico, que leva em conta a sazonalização “flat” da garantia física, deve ficar em 67,3% em setembro e em 67,2% para outubro.
Já o impacto financeiro, em um cenário hipotético de 100% de contratação, do MRE é da ordem de R$ 44 bilhões para 2017, sendo R$ 30 bilhões referentes ao Ambiente de Contratação Regulada – ACR e R$ 14 bilhões ao Ambiente de Contratação Livre – ACL.
Os Encargos de Serviços do Sistema – ESS, em setembro, devem fechar em R$ 31 milhões e a previsão para outubro é nula. O custo decorrente do descolamento entre o CMO e o PLD, dado que o primeiro assumiu valores superiores ao PLD máximo, devem atingir R$ 16 milhões em setembro e R$ 54 mi em outubro.