A hora de Michel Temer
A substituição da presidente Dilma Rousseff pelo vice-presidente Michel Temer foi a solução encontrada, dentro da Constituição, para se evitar que o Brasil virasse uma espécie de Venezuela, tamanho foi o caos da gestão petista.
Naquele momento, todo mundo sabia que Temer era um dos cardeais do corrupto PMDB, mas não se conhecia ainda o alcance das investigações da Lava Jato em relação ao partido, pois, até então, os trabalhos investigativos estavam ainda muito focados no PT, considerando que a roubalheira na Petrobras apontava primeiramente para esse partido.
Desde então, a Lava Jato avançou bastante e praticamente arrombou o esquema de ladroagem do PMDB. Vários dos seus caciques estão presos, outros estão em vias de receber uma visita da Polícia Federal às 7 horas da manhã.
Até mesmo a mais espetacular imagem da Lava Jato, que é a sala com R$ 51 milhões guardados em malas e mochilas, atribuídos ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, é um acontecimento relativamente recente. O fato concreto é que está mais do que claro, hoje, que o pessoal do PMDB meteu a mão na massa com vontade e saqueou o País sem muita cerimônia. Nós, brasileiros, também não precisamos ter piedade com esses ladrões do PMDB.
O presidente Temer conseguiu superar a primeira denúncia votada pela Câmara dos Deputados e se safou de uma investigação no âmbito do STF. Agora, pela segunda vez, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara examinará uma proposta de afastamento do presidente da República, para que ele possa ser julgado pela Suprema Corte.
Este site entende que a CCJ, desta vez, deveria acatar a segunda denúncia que a PGR formalizou contra o presidente da República. Seria bom para o País que os congressistas aprovem a proposta de investigação a respeito da participação ou não do presidente da República em todos esses acontecimentos envolvendo o PMDB.
Há muitos indícios dando conta que Temer também teria sido beneficiado pelas trapaças montadas pelos cardeais do PMDB. Custa a crer, por outro lado, que, tendo toda a liderança do PMDB se beneficiado por atos de corrupção, só o coitadinho do presidente Michel Temer teria ficado à margem dos atos praticados pela curriola do seu partido, formada por Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima, Henrique Eduardo Alves e outros.
Como disse o doleiro Lúcio Funaro em sua delação, Eduardo Cunha operava como uma espécie de banco da corrupção, no qual congressistas do PMDB buscavam recursos originários da corrupção e, em contrapartida, ofereciam apoio dentro do Congresso às iniciativas de interesse dos corruptores.
Muito já se falou e já se escreveu sobre a Lava Jato, que tem recebido aplausos e críticas. O que não se pode deixar de dizer é que a operação de combate à corrupção é um divisor de águas na História do Brasil. Nesse sentido, depois de desvendar a corrupção do PT — e tudo indica que o ex-presidente Lula, como chefão da organização criminosa, vai experimentar também o gosto do xilindró — a Lava Jato avançou bastante sobre as irregularidades cometidas pelo PMDB. Da mesma forma como também botou o senador Aécio Neves na alça de mira e o deixou de calças curtas e nariz de Pinóquio. O senador, aliás, só não está preso por causa de filigranas jurídicas.
Há muita gente no PMDB que merece passar uma temporada atrás das grades, além daqueles que lá se encontram. Espertamente, tem muito tubarão do PMDB que tem dado uma de morto e fingindo que não é com ele.
Por isso, este site entende que não se pode utilizar o argumento que a economia está se recuperando para não se avançar na investigação sobre a corrupção dentro do PMDB. Hoje, a economia está definitivamente desatrelada da política e com certeza, haveria enorme avanço institucional caso a Câmara dos Deputados autorize que o STF investigue o presidente da República.
As pesquisas revelam que pouquíssimos brasileiros estão preocupados caso Michel Temer tenha que abandonar o Palácio do Planalto. Se ele não for culpado de nada, receberá o atestado de idoneidade emitido pelo STF. Em compensação, se as suas impressões digitais de fato estiverem gravadas na safadeza praticada pelos seus colegas de partido, aí então será a hora de Michel Temer ver a onça beber água.