CCEE: trajetória de queda do PLD
Da Redação, de Brasília (Com apoio da CCEE) —
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE apresentou nesta segunda-feira, 26 de fevereiro, uma análise do comportamento do Preço de Liquidação das Diferenças – PLD de fevereiro e início de março. A confirmação do período úmido mais positivo frente aos últimos anos indica que o PLD possa continuar a trajetória de redução nos próximos meses, com média de R$ 183/MWh ao longo do ano.
“O cenário hidrológico do começo e meio do período úmido de 2018, quando comparado aos últimos períodos úmidos no Sistema, indica uma recuperação considerável e impacta o armazenamento de forma significativa, dando fôlego para as hidrelétricas”, destacou o gerente de preços da CCEE, Rodrigo Sacchi.
Em março, a previsão é de afluências mais positivas na comparação com fevereiro, exceto no Sul (90% para 73% da MLT). No Sudeste (83% para 93%), Nordeste (41% para 58%) e, principalmente no Norte (105% para 112% da média), as projeções ficam superiores às expectativas do mês anterior.
Além do impacto no PLD, a confirmação do cenário hidrológico positivo em 2018 também reflete nos níveis dos reservatórios do SIN, com destaque para a recuperação no Norte, onde os níveis atingiram 62,2%, aumento de 30 pontos percentuais frente ao volume de energia armazenada em janeiro.
No Sudeste, principal bacia do país, o reenchimento alcançou 5% com os níveis em 36,3%, enquanto no Nordeste, mesmo com a situação adversa de afluências, houve recuperação de 7,5% com índices de armazenamento em 25,4%. No Sul, houve oscilação já esperada para a região com níveis em 76%, queda de 5,9%.
“Uma vez confirmado o cenário positivo de hidrologia, notamos que o PLD deve confirmar tendência de queda para os próximos meses, atingindo média de R$ 183/MWh no Sudeste/Centro-Oeste”, destaca. As projeções apontam que o preço fique abaixo de R$ 90/MWh já em abril, impactado pelos excedentes energéticos oriundos das usinas da região Norte, como Belo Monte e Tucuruí.
Já a expectativa para o fator de ajuste do MRE em 2018 deve atingir 87%, com índices em 113% em fevereiro e 113,3% em março, indicando energia secundária no período. Quando a projeção do MRE é ligada à repactuação do risco hidrológico, levando em conta a sazonalização “flat” da garantia física, indica índices de 93,9% em fevereiro e 94,2% para março.
O impacto financeiro da análise do MRE, em um cenário hipotético de 100% de contratação, deve ficar em R$ 13 bilhões para 2018, sendo R$ 9 bilhões referentes ao Ambiente de Contratação Regulada – ACR e R$ 4 bilhões ao Ambiente de Contratação Livre – ACL.