O setor elétrico e o propinoduto
O bloqueio de recursos da ordem de R$ 4,4 milhões que a Justiça Federal aplicou no patrimônio do ex-ministro Delfim Neto parece ser apenas uma espécie de ponta do iceberg em relação à contribuição do setor elétrico ao propinoduto nacional.
Seria ingenuidade imaginar que o setor elétrico ficaria à margem, no processo de institucionalização da corrupção, com grandes empresas criando departamentos de propina e altos funcionários públicos e políticos entupidos até o pescoço no recebimento de vantagens indevidas.
É até possível pensar que se a Lava Jato desviar a sua atenção para o setor elétrico poderá encontrar muita coisa. Afinal, durante toda a gestão petista foram tocadas grandes obras no setor elétrico e já foram encontrados mais do que indícios de corrupção não só em Belo Monte, mas, também, na Eletronuclear. Se procurarem mais por aí, talvez achem. É quase certo que encontrem.
Não podemos esquecer que a roubalheira durante a gestão petista não foi aleatória, uma corrupção aqui e outra ali. Ao contrário, foi uma política estratégica de Estado, envolvendo não apenas o PT, mas, também, outros partidos da base aliada, inclusive o antigo PMDB, agora MDB, que posa de virgem e finge que não teve nada a ver com aquilo.
PT e PMDB lotearam o MME. Lula e Dilma, é lógico, nunca souberam de nada, embora a roubalheira corresse solta em volta deles. Todo mundo roubando pesadamente e os dois sem saber de nada. Poderiam, talvez, ser punidos por incompetência.
A única coisa boa nesse processo todo é que, como se diz lá na roça, um dia a casa cai.