Eletrobras teve prejuízo de R$ 1,7 bi em 2017
Da Redação, de Brasília (Com apoio da Eletrobras) —
A Eletrobras apresentou, em 2017, prejuízo líquido de R$ 1,726 bilhão, resultado influenciado, principalmente, pelas provisões operacionais de R$ 4,646 bilhões (excluídas as provisões do segmento de distribuição) – relativas a empréstimo compulsório e impairment – e pelo prejuízo do segmento de distribuição, de R$ 4,179 bilhões. Já o resultado de 2016, quando foi registrado lucro de R$ 3,513 bilhões, foi influenciado, principalmente, pela contabilização da remuneração relativa aos créditos da Rede Básica do Sistema Existente (RBSE).
No quarto trimestre de 2017 (4T17), a Eletrobras apresentou prejuízo líquido de R$ 3,998 bilhões, enquanto, no mesmo período, no ano anterior, o prejuízo líquido foi de R$ 6,258 bilhões. O prejuízo líquido gerencial do trimestre foi de R$ 491 milhões, 155% inferior ao apresentado no 4T16.
O lucro líquido gerencial obtido em 2017 foi de R$ 178 milhões, 22% inferior ao lucro gerencial de R$ 229 milhões de 2016. Já a Receita Operacional Líquida gerencial apresentou crescimento de 21%, passando de R$ 25,549 bilhões em 2016 para R$ 30,887 bilhões em 2017. O Ebitda gerencial apresentou crescimento de 44%, passando de R$ 3,845 bilhões em 2016 para R$ 5,554 bilhões em 2017.
Destacam-se em 2017 de forma positiva a Receita Operacional Líquida de R$ 37,876 bilhões, a CVA (ativo regulatório) positiva no montante de R$ 1,441 bilhão e a contabilização da remuneração relativa à RBSE no valor de R$ 4,923 bilhões.
Novo plano de demissão voluntária
A Eletrobras lançou, nesta segunda-feira, 26 de março, seu Plano de Demissão Consensual (PDC), já aderente às novas normas da legislação trabalhista. O plano, que está sendo implantado simultaneamente nas empresas Eletrobras Cepel, CGTEE, Chesf, Eletronuclear, Eletronorte, Amazonas GT, Eletrosul e Furnas, além da própria holding, é uma das iniciativas previstas no “Desafio 22: Excelência Sustentável”, o Plano Diretor de Negócios e Gestão (PDNG) para o período de 2018 a 2022. O plano teve aprovação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest).
A adesão dos empregados se dará até o dia 27 de abril e os desligamentos ocorrem em oito turmas de 30 de maio até 14 de dezembro de 2018. São elegíveis ao PDC empregados que tenham, no mínimo, 10 anos de vínculo empregatício com a empresa, no momento do desligamento, considerando o limite de 14/12/2018; ou anistiados e reintegrados à empresa por meio da Comissão Especial Interministerial de Anistia – Lei nº 8.878/1994 (neste caso não há exigência de tempo mínimo de empresa).
A meta da Eletrobras é o desligamento de 3 mil colaboradores em todas as empresas, o que vai representar uma economia de cerca de R$ 890 milhões ao ano. O lançamento do PDC já estava previsto nas iniciativas de eficiência operacional e disciplina financeira que vem sendo implementadas na companhia desde 2016 e redundaram na elaboração dos planos “Desafio 21” e “Desafio 22”.
A possibilidade de desligamento se dá pela crescente automação adotada nas empresas Eletrobras, na utilização de um sistema de gestão empresarial (ERP) unificado nas companhias e também da criação de um Centro de Serviços Compartilhados. Além disso, a redução de quadro de pessoal busca um alinhamento dos custos da Eletrobras às tarifas, evitando prejuízos operacionais no futuro.