Leilão repercute entre organizações e empresas
Da Redação, de Brasília (Com apoio do IBP, Statoil e 350.org/Coesus) —
O presidente do IBP, Jorge Camargo, ressalta, em comunicado à imprensa, que o resultado da 15ª Rodada da ANP consolida o Brasil em uma posição de grande destaque no cenário global do setor de petróleo graças às melhorias regulatórias realizadas pelo governo.
Camargo afirmou ainda que o leilão mostra que o Brasil não é competitivo apenas no pré-sal. “Existem boas oportunidades no pós-sal. O resultado revelou ainda que há uma multiplicidade de empresas interessadas no Brasil e que o elevado valor dos bônus é uma boa indicação de que a rodada de junho também deve ter êxito”, disse o presidente do IBP.
Apesar dos avanços regulatórios já em prática, diz Camargo, outras mudanças devem ocorrer para atrair mais investimentos, criar mais empregos e gerar mais renda.
Para o presidente do IBP, a adoção de um único modelo de exploração facilitaria o investimento, evitaria impasses e seria menos oneroso para o Estado. O regime de concessão assegura os mesmos benefícios em arrecadação, com menor risco. A retirada de dois blocos da Bacia de Santos do leilão pelo TCU se deu em razão da existência de dois regimes – partilha e concessão.
Ainda assim, Camargo reiterou que a Rodada foi “um grande sucesso e a arrecadação de bônus superou todas as expectativas”. A 15ª Rodada da ANP arrecadou R$ 8 bilhões em bônus de assinatura, com ágio de 622% e investimento mínimo de R$ 1,2 bilhão.
Statoil
Junto com parceiros, a Statoil apresentou as ofertas vencedoras para 4 blocos na Bacia de Campos na 15ª Rodada de Licitação de Blocos da ANP, realizada em 29 de março. Com as novas licenças, a Statoil fortalece sua posição no Brasil e aumenta a sinergia com os projetos existentes.
Um consórcio formado pela Petrobras (30%), ExxonMobil (40%) e Statoil (30%) apresentou a oferta vencedora para o bloco C-M-657. O bônus de assinatura oferecido para o bloco C-M-657 é de R$ 2.128.500.000,00. As empresas Petrobras (40%), ExxonMobil (40%) e Statoil (20%) também apresentaram a oferta vencedora para o bloco C-M-709 no valor de R$ 1.500.000.000,00. Ambos os blocos serão operados pela Petrobras.
A Statoil (40%), juntamente com a BP (60%), apresentou a proposta vencedora para os blocos C-M-755 e C-M-793. O bônus de assinatura total para os blocos é de R$ 86.722.000,00. Os blocos serão operados pela BP.
O resultado obtido na 15ª rodada de Licitação de Blocos da ANP reforça a ambição da Statoil de continuar crescendo no longo prazo no Brasil e fortalece a posição da empresa na prolífera Bacia de Campos, onde já opera o Campo de Peregrino. Outros importantes projetos localizados na Bacia de Campos são o Campo de Roncador (operado pela Petrobras), onde a Statoil tem uma participação de 25%, e o BM-C-33, operado pela Statoil e atualmente em fase de desenvolvimento.
“Estamos muito contentes com o resultado desta rodada. Temos grandes expectativas em trabalhar com nossos parceiros buscando excelentes oportunidades de exploração” afirma Tim Dodson, Vice-Presidente executivo de exploração da Statoil. “Essa aquisição está em linha com a estratégia de exploração da Statoil de estar bem posicionada em bacias prolíferas e com descobertas comprovadas. O acesso a novas áreas de qualidade é um pré-requisito essencial para a criação de valor adicional através de atividades de exploração, e também para aumentar o nível de produção internacional da Statoil em áreas chaves como o Brasil”, garante Dodson.
“Esses são ativos de alto nível em um país onde a Statoil está presente desde 2001, com uma organização local experiente e profundo conhecimento da regulamentação do país”, afirma Anders Opedal, presidente da Statoil Brasil. “Estou feliz em fortalecer nossa parceria com empresas sólidas e experientes como a Petrobras e a Exxon, que já são nossas parceiras em outras concessões no Brasil. E também por formar uma nova parceria com a BP”, acrescenta Opedal.
Em um comunicado à imprensa, as organizações ambientalistas Coesus e 350.org argumentaram que “o fracasso do leilão terrestre é vitória da sociedade”. As entidades têm feito uma pesada oposição ao uso da tecnologia conhecida como “fracking” na exploração de gás natural em terra, sob o argumento que esse tipo de extração do gás utiliza matérias que acabam poluindo o lençol freático, prejudicando a vida das pessoas e dos animais, além de desvalorizar as propriedades rurais.
“Há quase cinco anos nós temos um objetivo: o banimento da exploração do gás de xisto através do fracking. Hoje, mais de 380 cidades em diversos estados já proíbem o licenciamento ambiental para esse tipo de técnica. Hoje já somos mais de 10 milhões de pessoas mobilizadas para impedir que essa técnica seja realizada no nosso país. Nossas organizações, cidades, sindicatos e comunidades tradicionais aqui representados já disseram ‘não’ ao fraturamento hidráulico”, afirmou Juliano Bueno de Araujo, coordenador nacional da Coesus, após agradecer à ANP por finalmente conceder à sociedade o direito ao contraditório”, destacou o comunicado dos ambientalistas.