Abesco: Brasil desperdiça muita energia
Da Redação, de Brasília (Com apoio da Abesco) —
Uma análise feita pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), mostrou que, de 2015 a 2017, o Brasil contou com um potencial de economia de energia da ordem de 142.820,69 GWh, ou seja, o País desperdiçou aproximadamente metade de toda a produção de energia elétrica de Itaipu no mesmo período. Isso representa um potencial de economia de R$ 52,17 bilhões.
De acordo com a Abesco, esse número praticamente se manteve em relação aos dados da pesquisa anterior porque ainda se sente os efeitos da recessão de 2015 e 2016. “Além disso, apesar do aumento do consumo, há também um aumento do potencial de economia em função de novas tecnologias e métodos para eficientização”, explicou o diretor executivo do Abesco, Luís Ricardo Trezza. Por outro lado, há que destacar que o preço médio das tarifas de energia em todos os segmentos tem aumentado, conforme os dados da Aneel.
Para a Abesco, os resultados apenas confirmam a importância de um amplo envolvimento do governo para que haja um crescimento sustentável de eficiência energética em todas as esferas consumidoras e do setor elétrico como um todo.
“Infelizmente, aqui no Brasil os investimentos em eficiência energética ainda são vistos como gastos e não como medidas de economia de energia e redução de custos – mesmo que a eficiência energética seja a energia mais limpa e barata, já que não depende de investimentos altos e evita aportes em novas usinas. Por exemplo, o valor estimado para eficiência está em cerca de US$ 31/MWh, cerca de um quarto do gasto com energia nova”, afirma Trezza.
De acordo com a Associação, somente o potencial de economia de energia de 2017 (60.069 GWh) demonstra que as ações de eficiência energética são uma fonte viável para gerar e disponibilizar uma energia para uso efetivo, uma vez que tal economia daria para abastecer durante um ano inteiro cidades como Águas de Lindóia e Piracaia ou seis meses de consumo de cidades como Presidente Prudente, Mogi Mirim, Marília, Carapicuíba, Botucatu e Bragança Paulista.