Leilão no pré-sal gera arrecadação de R$ 3,15 bi
A União arrecadou R$ 3,15 bilhões em bônus de assinatura na 4ª Rodada de Partilha, na qual foram oferecidas áreas de pré-sal, em leilão realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta quinta-feira, 07 de junho. Ao todo, foram leiloadas três de quatro áreas: Uirapuru, Dois Irmãos e Três Marias. Não houve oferta para a área de Itaimbezinho, na Bacia de Campos. O investimento mínimo que será feito nas três áreas é de R$ 738 milhões.
Dezesseis empresas foram habilitadas para fazer lances no certame: BP, Chevron, CNODC, CNOOC, DEA Deutsche, Ecopetrol, ExxonMobil, Petrogal, Petrobras, Petronas, QPI, Queiroz Galvão, Repsol, Shell, Statoil e Total.
Três Marias
O maior ágio foi oferecido pela área Três Marias, na Bacia de Santos, de 500,36%, pelo consórcio formado por Shell (40%) e Chevron (30%).
A Petrobras decidiu entrar no projeto, com a participação mínima garantida em Lei, de 30%. O óleo excedente oferecido foi de 49,95%, frente ao porcentual mínimo de 8,32%, previamente definido no edital para o leilão da 4ª Rodada. O bônus a ser pago na assinatura do contrato é de R$ 100 milhões.
A estatal chegou a apresentar oferta pela área, com participação de 40%, ao lado da Total (30%) e BP (30%), mas foi derrotada.
Uirapuru
O consórcio formado pelas empresas Petrogal (14%), Statoil (28%) e Exxon (28%) venceu a concorrência pela primeira área oferecida na 4ª Rodada, a do bloco Uirapuru (SS-AUP2), na Bacia de Santos. A oferta vencedora para o bloco foi de excedente em óleo (lucro-óleo) de 75,49%, frente a um porcentual mínimo estabelecido em edital de 22,18%.
O bônus de assinatura a ser pago na assinatura do contrato é de R$ 2,65 bilhões, como previamente definido.
Uirapuru é a área mais bem avaliada pelo mercado entre as quatro oferecidas no leilão desta quinta-feira. Quatro consórcios apresentaram ofertas por ela.
Como a Petrobras já havia comunicado a intenção de participar do investimento, sua presença estava garantida na proporção mínima de 30%. A empresa ainda tentou levar o bloco com uma participação maior, de 45%, ao lado da BP e da Total. Mas sua oferta foi inferior à do consórcio vencedor.
Dois Irmãos
Apenas um consórcio apresentou proposta para a área Dois Irmãos, na Bacia de Campos, no leilão da 4ª Rodada de Partilha da ANP. Petrobras (45%), BP (30%) e Statoil (25%) levaram o bloco pelo porcentual mínimo de excedente em óleo, de 16,43%.
O bônus de assinatura previsto no edital é de R$ 400 milhões. Essa foi a segunda área oferecida no leilão.
Reação da Petrobras
Em sua primeira entrevista coletiva como presidente da Petrobras, Ivan Monteiro se disse satisfeito com o resultado do leilão desta quinta-feira, 07 de junho, da 4ª Rodada de Partilha de Produção da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Segundo ele, a Petrobras demonstrou que continua empenhada em aumentar as áreas de exploração.
“A avaliação é muito positiva, somos operadores nas três áreas, temos um longo histórico de relacionamento com as empresas que vamos participar em consórcio, estamos extremamente satisfeitos e continuamos com a premissa de aumentar o portfólio exploratório da companhia”, disse a jornalistas, lembrando que a companhia “vem de dois anos muito difíceis”, referindo-se a sucessivos prejuízos nos últimos anos.
Sobre o campo de Uirapuru, o mais disputado do certame, realizado em um hotel na zona oeste do Rio, Monteiro afirmou que apesar de ter sido obrigado a aumentar o lucro-óleo oferecido ao governo, para poder participar do consórcio vencedor, ficou contente com o resultado. “Essa é a beleza do leilão. A gente fixa limites anteriores ao leilão, mas o resultado final a gente só vê depois da abertura dos envelopes aqui. Como temos o direito de preferência, exercemos dentro do limite que foram fixados pelo Conselho de Administração”, informou.
Sobre os estudos da ANP para uma nova política de preços dos combustíveis, que podem mudar as diretrizes da estatal, que praticava desde julho do ano passado ajustes diários dos seus combustíveis – atualmente só a gasolina permanece nessa metodologia – Monteiro foi evasivo. “A Petrobras vai aguardar o final desse processo da consulta pública (da ANP), que me parece que tem dois pilares muito claros, liberdade e competição, mas vamos aguardar com calma e vamos contribuir para a consulta pública. O processo se iniciou agora”, avaliou.
Ele explicou que a Petrobras pratica reajuste diário no caso da gasolina” dentro da atuação comercial que tem hoje. Vamos aguardar o resultado da consulta (pública), não tem nenhuma decisão”, concluiu.
Ao ser questionado se o fim dos ajustes diários não poderia comprometer o fluxo de caixa da empresa, que vem se recuperando nos últimos dois anos após sucessivos prejuízos, Monteiro disse que ainda é cedo para avaliar, mas que a empresa atua de acordo com as regras do mercado. “Essa questão do fluxo de caixa ou não depende de atuação comercial, a gente atua de acordo com a liberdade do mercado, tudo isso é levado em consideração”, afirmou.