PLD continua no teto no início de agosto
Da Redação, de Brasília (Com apoio da CCEE) —
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE informou que o Preço de Liquidação das Diferenças – PLD para o período entre 28 de julho e 03 de agosto permanece no valor máximo (R$ 505,18/MWh) estabelecido para 2018 nos submercados Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte. Fatores como a previsão de afluências abaixo da média, queda nos níveis dos reservatórios e aumento da carga esperada para todo o Sistema contribuem para que o preço siga no teto.
Há expectativa de que as afluências previstas para o SIN, em julho, fechem em 63% da média histórica para o período, cenário mantido para agosto com ENAs esperadas em 65% da Média de Longo termo – MLT.
A carga prevista para a próxima semana deve ficar cerca de 855 MWmédios mais alta com elevações esperadas em todos os submercados: Sudeste (+630 MWmédios), Sul (+80 MWmédios), Nordeste (+45 MWmédios) e Norte (+100 MWmédios).
Os níveis dos reservatórios do Sistema, por sua vez, ficaram cerca de 575 MWmédios mais baixos em relação ao esperado, com elevação apenas no Nordeste (+155 MWmédios). As reduções foram de 205 MWmédios no Sudeste, 160 MWmédios no Sul e de 365 MWmédios no Norte.
O fator de ajuste do MRE para julho ficou em 61,2% e o de agosto é esperado em 56,3%. A previsão de Encargos de Serviços do Sistema – ESS para julho é de R$ 32 milhões e para agosto chega a R$ 29 milhões, ambos os valores referentes à restrição operativa. Já os custos decorrentes do descolamento entre o CMO e o PLD (pago às usinas despachadas por ordem de mérito, mas que possuem custos acima do preço máximo) resultam em estimativas de R$ 19 e R$ 79 milhões para os meses de julho e agosto, respectivamente.
Consumo de energia durante a Copa
A produção de commodities da pauta de exportação brasileira manteve atividade, mesmo em dias de jogos do Brasil na Copa do Mundo da Rússia, realizados em dias úteis e que provocaram expediente reduzido em grande parte das empresas do País. É o que revelou um estudo da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE que observou o comportamento do consumo de energia do País no dia dos jogos da seleção brasileira.
Apesar do consumo de energia no Brasil ter reduzido no geral, no dia dos jogos da seleção, o estudo revelou que os ramos da indústria química; de metalurgia e produção de metais; e de extração de minerais metálicos (como ferro, zinco e outros) registraram consumo de energia acima do observado no mesmo dia da semana anterior ao início da Copa, valor de referência do estudo.
O destaque foi para a indústria de Extração de Minerais Metálicos que aumentou o consumo em 10% em relação ao valor de referência, na quarta-feira, 27/6, dia em que maior parte das empresas do País dispensou funcionários no início da tarde em razão do jogo Brasil e Sérvia, que ocorreu às 15hs (horário de Brasília).
Na indústria de Químicos, o aumento de consumo de energia no mesmo dia foi de 2%, enquanto que na de metalurgia houve incremento de 1% (ambos comparados ao valor de referência).
Mesmo sendo indústrias eletrointensivas (que normalmente já exigem alto consumo de energia), o crescimento acima do valor de referência ratifica o não impacto no consumo de energia na Copa, o que pode se observar no crescimento no ramo de Extração de Minerais Metálico.
Consumo no País
O comportamento da indústria de commodities contribuiu para amenizar quedas nos níveis de consumo de energia no País quando observado o Sistema Interligado Nacional – SIN (que inclui residências e grande parte dos setores de comércio e serviços do País). No dia do jogo Brasil e Costa Rica, ocorrido em uma sexta-feira, às 9h, do dia 22/06, o consumo de energia do País recuou 2,9% no dia em relação ao valor de referência; já no jogo da quarta-feira, 27/6, contra a Sérvia, ocorrido às 15hs, também houve diminuição de 3,6%, no resultado geral do dia.
Outro fator que amenizou a queda do consumo de energia nos dias dos jogos foi o comportamento de indústrias de bens de consumo – como bebidas, alimentos e manufaturados diversos, onde se buscou uma compensação fora dos horários dos jogos.
Segundo a CCEE, o baixo crescimento do mês de junho de 1,1% não está relacionado apenas ao decréscimo de consumo nos dias da Copa, mas também tem ligações com o ritmo de recuperação lenta da economia doméstica, além dos resquícios de efeitos da greve dos caminhoneiros, ocorrida no final de maio.
Apesar do nível de consumo ter reduzido, seguindo o padrão geral do País, alguns setores demonstraram maior atividade em períodos anteriores ou posteriores aos jogos para manter a produção. No fim do dia 27/6, por exemplo, o maior recuo de consumo em relação ao valor de referência foi no setor veículos que consumiu 13% menos de energia – seguido pelos ramos de bebidas e manufaturados diversos.
Consumo Brasil versus Europa
O estudo da CCEE também observou o consumo de energia de outros países da Europa no dia dos jogos das suas respectivas seleções. A avaliação é que, como os jogos da seleção brasileira ocorreram em horários comerciais (e em dias úteis), o Brasil sentiu mais os efeitos no consumo de energia, quando comparado aos países europeus.
Na França, por exemplo, o segundo jogo da seleção de Mbappé (e cia) contra o Peru ocorreu em uma quinta-feira, 21/6, às 17 horas (horário de Paris), praticamente não alterou o consumo de energia do país – que se manteve similar ao observado na média na comparação com a média das segundas-feiras do mês (excluindo-se a data do próprio jogo) Situação similar ocorreu durante os jogos, realizados em dias úteis, em países como a Espanha e a Inglaterra que pouco sentiram impactos no consumo de energia.
Exceção foi no dia da estreia da Bélgica na Copa, o que ocorreu, em uma segunda-feira, dia 18/6, às 17 horas (horário local). Neste dia, muitas empresas aparentemente anteciparam a produção, possibilitando a parada de suas atividades para acompanhar a seleção dos craques Hazard, Lukaku e De Bruyne, produzindo uma queda de 10% no consumo de energia, no horário do jogo (quando comparado a uma faixa referencial), mas que se refletiu numa queda de apenas 0,5% no consumo do dia.