Cenário negativo altera previsão do PLD
Da Redação, de Brasília (Com apoio da CCEE) —
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE apresentou, nesta segunda-feira (30 de julho) uma análise do comportamento do Preço de Liquidação das Diferenças – PLD ao longo do mês de julho e início de agosto. As projeções apontam PLD no teto nos próximos dois meses e queda a partir de outubro. Já a média para 2018, no submercado Sudeste/Centro-Oeste, deve ficar em R$ 338/MWh, superior aos R$ 285/MWh projetados no mês anterior.
As afluências realizadas no Sistema Interligado Nacional – SIN, em julho, ficaram bem abaixo da média em todos os submercados, com índices em 68% da MLT no Sudeste/Centro-Oeste, 56% da média no Sul, 36% no Nordeste e em 75% da média histórica no Norte. Para agosto, as projeções indicam ENAs similares, ainda abaixo da média: 68% no Sudeste, 66% no Sul, 37% no Nordeste e 79% no Norte.
O cenário hidrológico também reflete diretamente nos níveis dos reservatórios do Sistema com reduções registradas em todos os submercados. Os reservatórios do Sudeste tiveram a maior queda no período, chegando ao final de julho com 34,9%, redução de 4,8 p.p. No Sul, os níveis fecharam em 50% (-2,2 p.p.), enquanto no Nordeste os reservatórios atingiram 35,2%, redução de 2,4 p.p. No Norte, os níveis permanecem mais altos em relação aos demais, em termos percentuais, com 67,4% de armazenamento, mas com queda de 3 p.p.frente à última projeção.
Mesmo com a redução de 1% na carga prevista para julho, as afluências abaixo da média, aliadas à queda nos níveis dos reservatórios do SIN, mantiveram o PLD médio de julho no teto estabelecido para 2018 de R$ 505,18/MWh, valor que deve permanecer inalterado até outubro, quando a CCEE projeta redução.
Já a expectativa para o fator de ajuste do MRE, em 2018, foi revista de 83,2% para 81%, com índices em 61,2% para julho e em 56,3% para agosto. Quando a projeção do MRE é ligada à repactuação do risco hidrológico, que considera a sazonalização “flat” da garantia física, aponta índices de 67,5% e 66,1%, respectivamente.
O impacto financeiro da análise do MRE, em um cenário hipotético de 100% de contratação da garantia física, chegou a cerca de R$ 40 bilhões para o ano, sendo R$ 27 bilhões referentes ao Ambiente de Contratação Regulada – ACR e R$ 13 bilhões ao Ambiente de Contratação Livre – ACL.
Os Encargos de Serviços do Sistema – ESS devem alcançar R$ 32 milhões em julho e R$ 33 milhões no próximo mês, ambos valores por conta da restrição operativa.