Congresso discute mobilidade elétrica em SP
Da Redação, de Brasília (Com apoio do C-Move) —
No mês de junho, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por meio da resolução normativa 819/2018, estabeleceu novas regras para a recarga de veículos elétricos, retirando o monopólio das distribuidoras de energia. A partir da nova norma, a Aneel definiu que a recarga é um serviço prestado ao consumidor e não uma
comercialização de energia elétrica.
“A distribuição da energia elétrica que chega até o ponto de recarga continua sendo realizada exclusivamente pela distribuidora local”, explica Nelson Fonseca, presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee). Ou seja, o carregador dos veículos será considerado um serviço e as distribuidoras de energia
continuarão mantendo sua receita por meio do uso do fio, que contará com um medidor no posto de carga, auxiliando na contagem da energia que passa por ele.
Quanto a oferta, como não se trata de um serviço regulado, caberá ao consumidor buscar o melhor preço, partindo da prática de livre mercado. Com isso, surgem novas possibilidades de negócios dentro do setor. “Como o serviço será prestado ao consumidor, qualquer pessoa que se interessar pode oferecê-lo”, complementa Fonseca.
O executivo comenta que o impacto direto dessa mudança na vida do consumidor vai depender da evolução do mercado. “Havendo um aumento da demanda é de esperar que a concorrência leve a preços mais módicos”. Ele também explica que a resolução deverá ser revista em três anos, podendo acontecer mudanças que a adequem ainda mais a realidade do momento.
Essa mudança pode ser uma ótima maneira de incentivar a mobilidade elétrica no país, aquecendo a economia. Com novas possibilidades de venda de energia, podem surgir novas empresas interessadas nesse mercado, como startups que buscam oferecer serviços e já se mostraram muito promissoras no Brasil. Isso significa mais opções ao
consumidor, que poderá contar com mais escolhas na hora de comprar um veículo híbrido ou elétrico.
Essa resolução e outras regulações e incentivos que estão acontecendo no Brasil serão temas de discussão no Congresso da Mobilidade e Veículos Elétricos (C-Move), que acontece nos dias 17 e 18 de setembro, em São Paulo. Além de discutir a já aprovada resolução da Aneel 819/2018, temas como o Rota 2030, o PL 300 da cidade de São Paulo e outros marcos regulatórios serão base para discutir o papel do Governo no incentivo da mobilidade elétrica.
“Vamos reunir importantes especialistas de mobilidade elétrica e urbana, além da indústria automotiva, para debater novas perspectivas do mercado de veículos híbridos e elétricos. Sabemos que esse novo modelo de mobilidade ganhará força e queremos auxiliar no processo de preparação do Brasil para alcançar o patamar de outros países. Os veículos elétricos já são realidade”, comentou Friedel Nimax, business manager do Veículo Elétrico Latino-Americano e do C-Move.