Aneel pede atenção com incêndios em LT´s
Da Redação, de Brasília (Com apoio da Aneel) —
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) iniciou em, 1º de outubro, uma campanha de comunicação para conscientização da população sobre os riscos de se provocar queimadas em áreas próximas à rede de transmissão de energia. Aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em atenção ao período de restrição anterior às eleições, a campanha visa a motivar o senso de responsabilidade e de urgência quanto ao assunto, especialmente nos moradores de áreas com maior recorrência de desligamentos forçados da transmissão de energia provocados por incêndios.
De maio a novembro, segundo a agência, incêndios dessa natureza são a principal causa de desligamentos não programados na transmissão de energia elétrica no Brasil. Entre 01 de maio de 2017 e de maio de 2017 a 31 de dezembro de 2017, foram registrados 2.434 desligamentos forçados, sendo 586 relacionados a queimadas, e 203 causaram interrupção no fornecimento de energia elétrica.
A Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Eletricidade da agência, responsável pela fiscalização dos 130 mil km de linhas de transmissão no país, afirma que a maior incidência de queimadas irregulares é nas regiões Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste, em áreas da Zona da Mata com plantações da cana-de-açúcar e em áreas agrícolas de cerrado. Nove estados concentram o maior número de desligamentos por queimadas irregulares
A campanha terá como foco a divulgação em nove estados, que foram os mais afetados por desligamentos forçados de linhas de transmissão em decorrência de incêndios provocados por queimadas em 2014 e 2015: Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco e Alagoas.
As queimadas irregulares próximas a linhas de transmissão podem provocar dois tipos de desligamentos: os que vão de pequenos a grandes tempos de interrupção e os chamados “piscas”. Para as indústrias, os desligamentos de curta duração, mesmo que de segundos, prejudicam a linha de produção.
A população é atingida pelo risco de curtos-circuitos em linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica, que afeta hospitais, escolas e trânsito com o congestionamento causado pelo desligamento de semáforos. Os incêndios prejudicam também a segurança de motoristas, que têm a visibilidade das pistas prejudicada devido à fumaça.
A agência lembrou que realizar queimadas próximas a instalações do setor elétrico é crime. O Decreto 2.661, de julho de 1998, proíbe atear fogo em uma faixa de 15 metros dos limites de segurança das linhas de transmissão de energia e de 100 metros ao redor das subestações. O calor gerado pelas queimadas, além de provocar curto-circuito, resultando em desligamentos, pode danificar as estruturas metálicas e os cabos condutores, causando interrupções no fornecimento de energia e elevado custo de recomposição, que é repassado para a tarifa.