Petrobras vê preços com equipe de transição
A Petrobras está contribuindo com o governo de transição com informações sobre a política de preços dos combustíveis, segundo o diretor financeiro da companhia, Rafael Grisolia, que participa de teleconferência com analistas de mercado. O executivo informou que está sendo avaliado o componente tributário na formação dos preços.
Qualquer definição com possíveis alterações no regime de cobrança de impostos poderá sair antes do dia 31 de dezembro, quando termina o programa de subvenção do óleo diesel. “Existe uma agenda clara e aberta no que a gente pode contribuir com uma possível política de governo (para os combustíveis). O mais provável é que (o governo) não continue com o subsídio. Lembrando que tem uma parcela importante de formação do preço que é o ajuste de impostos. Contribuímos com as discussões caso o governo queira fazer uma análise nesse sentido”, disse Grisolia.
Hedge
Grisolia afirmou que a empresa está “numa curva de aprendizado ao utilizar o hedge” para gasolina. Segundo o executivo, a experiência está sendo positiva e poderá ser adotada no comércio de outros produtos, como o óleo diesel. O executivo afastou, no entanto, a hipótese de estender o prazo de reajuste de preços para além de 15 dias, como é adotado atualmente na gasolina.
Sobre o programa de desinvestimento, Grisolia informou ainda que a empresa seguirá negociando alienações no próximo ano, ainda que a meta de se desfazer de US$ 21 bilhões no biênio 2017 e 2018 tenha sido abandonada.
Ele ainda afirmou que a Petrobras deve adotar uma terceira métrica de topo a perseguir – além da financeira e de segurança -, que deve ser a de retorno sobre capital empregado. Com isso, o esperado é que os negócios que não atendem às expectativas sejam incluídos no programa de desinvestimento.
Durante a teleconferência, a diretora de Exploração e Produção da companhia, Solange Guedes, disse ainda que a companhia aguarda uma posição do Tribunal de Contas da União (TCU) para concluir a negociação com o governo sobre a cessão onerosa. As duas partes discutem há anos o valor devido pelos 5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) de reservatório de pré-sal repassados à estatal pela União em 2010. A expectativa é que o governo devolva parte do dinheiro pago pela petroleira. Um novo modelo de contrato de cessão onerosa foi enviado ao tribunal para que seja avaliado previamente à conclusão do acordo entre a União e a Petrobras.