Quando a filosofia e o SEB se encontram
Maurício Corrêa, de Brasília —
As distribuidoras de energia elétrica não vivem um bom momento. Com a evolução do setor elétrico, o negócio de distribuição foi perdendo espaços para novos hábitos ou novas tecnologias. É visível que o negócio de distribuição fica cada vez menos atrativo, à medida que, por exemplo, o mercado livre e a geração distribuição expandem as suas operações e ocupam fatias de mercado que durante décadas pertenceram à distribuição. Este, é um segmento que precisa se reinventar.
Por isso, este site reconhece que não entendeu absolutamente a respeito do posicionamento da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), nesta terça-feira, 22 de janeiro, durante sustentação oral em reunião pública da diretoria colegiada da Aneel que abriu os debates em torno da revisão da Resolução 482.
Quando se esperava que a Abradee apresentasse fortes argumentos técnicos nos quais se baseia para duelar com a Absolar, que representava a outra parte, Marco Delgado, diretor de Regulação da associação dos distribuidores, normalmente um executivo preciso nas suas observações, preferiu optar por um hesitante discurso filosófico, citando expoentes da filosofia como Locke, Descartes, Leibnitz e Hume, para concluir que “a verdade da razão se harmoniza com a verdade dos fatos”.
A versão “Nova Acrópole” da Abradee foi absolutamente surpreendente, mas é possível que, em termos concretos, não signifique absolutamente nada. Além dos quatro filósofos mencionados, talvez teria sido interessante adicionar um quinto, Hegel, que estudou a fundo o racionalismo, e que poderia contribuir para amparar melhor os argumentos dos distribuidores.