Bento: compromisso com a energia nuclear
Maurício Corrêa, de Brasília (com apoio do MME) —
Para quem ainda tinha alguma dúvida em relação aos propósitos do Governo Bolsonaro de reativar o programa nuclear brasileiro com fins pacíficos, o que basicamente significa terminar a construção da usina Angra 3 e investir em outros projetos de geração nuclear, vale a pena prestar atenção no discurso feito pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro, na última quinta-feira, dia 14 de fevereiro, durante o encerramento do workshop internacional na área de salvaguardas, segurança nuclear, proteção física e resposta à emergência nuclear ou radiológica.
Em seu discurso, o almirante Bento Albuquerque disse que “a energia nuclear, associada ao domínio de tecnologias estratégicas, é uma fonte de valor importante para o progresso e para a prosperidade do País”. Ele detalhou os procedimentos que foram tomados, nos últimos meses, visando à implementação de uma agenda destinada a fortalecer o setor da indústria nuclear no Brasil, “condizente com as crescentes demandas sociais e econômicas”.
Segundo o ministro, dentro desse novo contexto de se olhar para a energia nuclear no País, estão previstas ações para expandir a capacidade industrial para a produção de combustível nuclear e concluir a construção e a instalação da terceira central nuclear, Angra 3.
O ministro de Minas e Energia fez uma profissão de fé na exploração pacífica da energia nuclear, lembrando que o Brasil é um estado-membro-fundador da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e “sempre esteve comprometido, legal e politicamente, com o uso da energia nuclear, exclusivamente para fins pacíficos”.
“O MME dará continuidade aos rumos pacíficos traçados, de longa data, para o programa nuclear brasileiro, de modo a prover energia firme, segura e estratégica para o desenvolvimento do País”, afirmou o ministro Bento Albuquerque.
Leilão de Energia Nova A-6
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, assinou nos primeiros 45 dias de governo todas as outorgas para construção de 53 empreendimentos provenientes do Leilão de Energia Nova A-6, que foi realizado em agosto de 2018. Os projetos somam R$ 6,8 bilhões em investimentos e 1.572.356 kW de potência final. Mais de oito mil empregos diretos serão gerados durante a fase de construção das usinas.
A economia para os consumidores pode chegar a R$ 20,8 bilhões ao longo da duração dos contratos, que variam de 20 a 30 anos. Para projetos de geração hidráulica, o contrato é de 30 anos. Para eólica, 20 anos e para termelétricas, 25 anos.
Nove estados serão contemplados com os empreendimentos, são eles: Bahia (17 usinas), Goiás (uma usina), Maranhã (uma usina), Minas Gerais (duas usinas), Mato Grosso (uma usina), Paraná (duas usinas), Rio Grande do Norte (27 usinas), Santa Catarina (uma usina) e São Paulo (uma usina). O prazo de entrada de operação comercial das usinas, ou seja, o início de suprimento, é em janeiro de 2024.
Dos 53 empreendimentos outorgados, 44 correspondem à geração de energia eólica, dois de geração térmica – sendo um a gás natural e outro à biomassa – e sete geradoras de energia hidráulica – sendo três Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) e quatro Centrais de Geração Hidrelétrica (CGH).