Terna investe R$ 600 milhões em LT´s no Brasil
Maurício Corrêa, de Brasília —
A italiana Terna inaugurou nesta terça-feira, 19 de fevereiro, a linha de transmissão com 158 km de extensão, no Rio Grande do Sul, ligando Santa Maria a Santo Ângelo. A nova linha entra em operação 50 dias antes do prazo contratual acertado com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e permitirá o transporte de grande quantidade de energia elétrica produzida por usinas eólicas localizadas na região Sul do País, segundo anunciou o diretor-geral da empresa, Luigi Ferraris.
Agora, a Terna concentra a sua atenção visando à conclusão das obras da linha de transmissão Jaurú-Cuiabá, no Mato Grosso, cujo início de operação está previsto para o primeiro semestre de 2019. Nas duas linhas, o investimento total da Terna alcançou cerca de R$ 600 milhões.
O executivo da Terna esclareceu que com uma expansão no parque eólico de 20% apenas no último ano, o Brasil representa atualmente o maior mercado de energia na América Latina e naturalmente torna-se alvo dos objetivos estratégicos da Terna. Com mais de 72 mil km de linhas operadas na Itália e 25 interconexões com outros países, a empresa só tem condições de se expandir fora das fronteiras do seu país de origem.
Nesse contexto, Ferraris afirmou que a Terna está de olho na expansão do parque brasileiro de transmissão e disposta a participar de futuros leilões, pois tem interesse em investir mais no Brasil. “Temos interesse, sim, em investir novos recursos no Brasil, que é um País muito importante para nós”, garantiu.
Vista sob vários ângulos, a Terna é uma empresa de grande porte, com uma capitalização na Bolsa de Milão da ordem de 11 bilhões de euros. Através da Terna Plus, a empresa está presente em projetos não apenas no Brasil, mas também, no Uruguai e no Peru.
Ferraris explicou que o know-how da Terna está baseado principalmente na experiência adquirida no gerenciamento da sua rede italiana, cujo modelo ela pretende ver transplantado para o Brasil, exatamente em um momento que o modelo brasileiro é fortemente impactado pela introdução de novas tecnologias, como a energia eólica e a geração distribuída. A Terna se especializou em otimizar essa transição entre os modelos tradicionais da energia elétrica e a incorporação das novas tecnologias.
Dessa forma, o plano estratégico da Terna prevê um investimento total de 300 milhões de euros em projetos internacionais, dos quais o Brasil poderá absorver uma fatia expressiva.
No ano passado, a Terna participou do leilão de linhas de transmissão organizado pelo governo brasileiro, mas ficou em segundo lugar no trecho para o qual tentou se habilitar. Esse resultado, entretanto, não diminuiu o apetite da empresa italiana, que promete novas investidas sobre a rede de transmissão brasileira, que se encontra em franca expansão via iniciativa privada.
“Nesses leilões sempre há forte competição, pois as empresas querem ganhar. Nós, da Terna, somos competitivos, mas queremos ganhar sem perder a qualidade dos nossos serviços. Afinal, estamos falando de um contrato de 30 anos”, afirmou Luigi Ferraris.