As lições que ficam da DistribuTECH
Julio Martins e Fabio Castellini (*)
Nova Orleães ou New Orleans, a cidade mais populosa do estado de Luisiana, nos Estados Unidos, acaba de ser palco de um dos mais importantes eventos do setor de energia elétrica do mundo, a DistribuTECH.
Mais de 500 companhias, dos quatro cantos do planeta, atuantes na distribuição e gestão de energia –inúmeras startups e várias do campo da tecnologia,diga-se de passagem –,marcaram presença, expondo produtos e serviços relacionados a eficiência energética e gestão de redes inteligentes, incluindo sistemas de automação e controle; integração de energias renováveis e outros tipos de geração distribuída; sistemas georreferenciados; medição avançada; cibersegurança; etc.
A impressão compartilhada pela maioria no centro de convenções Ernest N. Morial era de que havia muito mais visitantes em 2019 do que em 2018. Detalhe: no ano passado, foram mais de 10 mil (os números mais recentes ainda não estão disponíveis).
E a quantidade de brasileiros chamou atenção (até porque o sistema elétrico norte-americano se assemelha mais ao nosso, na comparação com o europeu). Certamente, considerando a comitiva, a DistribuTECH 2019 atraiu o dobro de conterrâneos em relação à edição anterior.
E o que isso nos mostra?
As concessionárias nacionais, embora em um passo mais lento em relação aos mercados norte-americano e europeu, estão empenhadas em encontrar soluções para, em suma, melhorar a eficiência operacional e a qualidade na prestação dos serviços. E essa é, sem dúvida, uma boa notícia.
Interessante observar que,apesar de o número de novos entrantes no mercado com ofertas digitais (na onda do analytics e IoT) ter aumentado sensivelmente,o ADMS (Advanced Distribution Management System) definitivamente se consolida como tecnologia de ponta no segmento.
E aqui já vale ressaltar que a solução da Schneider Electric é a única que disponibiliza, em tempo real, informações para os operadores sobre uma série de variáveis técnicas que influenciam na qualidade do fornecimento de energia para os consumidores, otimizando a gestão da rede.
No contraponto, pudemos verificar que há, de fato, um número maior de empresas ofertando soluções fracionadas, com respostas eventualmente mais imediatistas, ou seja, desprovidas de modularidade e escalabilidade – fatores importantíssimos.
Se, por um lado, demandas específicas das concessionárias (planejamento, interrupções, cobrança, etc.) são supostamente atendidas com mais agilidade, por outro, problemas e riscos graves tornam-se mais iminentes.
Estamos falando de integração, capacidade de expansão, manutenção, cibersegurança…
É crucial que as distribuidoras de energia invistam em soluções que se integram entre si. Ter a opção de modularizar pode ser um grande diferencial para, no futuro, valendo-se de escalabilidade, alcançar a plenitude da ferramenta. Nesse sentido, a Schneider Electric pode ajudar.
Nossas soluções do EcoStruxure – que é nossa plataforma e arquitetura de sistema aberta, interoperável e habilitada para IoT – integram e gerenciam sistemas independentes. Com a unificação dos módulos, a concessionária passa a operar com uma base de dados única, permitindo, entre outras vantagens, monitorar remotamente as informações de campo em tempo real, garantir uma perfeita integração de recursos de geração distribuída, bem como fazer uma gestão completa das interrupções, desde o isolamento do local da falha e o restabelecimento automático da energia até o despacho otimizado das equipes de campo.
No Brasil, ainda são poucas as companhias de energia inseridas na Indústria 4.0, mas estamos avançando, verdade seja dita. O interesse aumenta, a busca por informações também, os investimentos aparecem. Mas é justamente nesta fase de evolução do setor que é preciso redobrar a atenção, evitando que a decisão de endereçar um problema acabe gerando complicações bem mais graves.
(*) Julio Martins é vice-presidente da divisão Power Systems da Schneider Electric para o Brasil. Fabio Castellini é gerente nacional de Vendas da mesma companhia.