Petrobras afasta crise e lucra R$ 25,8 bi em 2018
Da Redação, de Brasília (com apoio da Petrobras) —
A Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 25,8 bilhões em 2018. O primeiro resultado anual positivo em cinco anos é também o maior desde 2011. A empresa registrou dois recordes financeiros: Ebitda ajustado de R$ 114,9 bilhões e, pelo quarto ano consecutivo, fluxo de caixa livre positivo, de R$ 54,6 bilhões.
“A performance da Petrobras, em 2018, foi indiscutivelmente a melhor em muitos anos, o que inclui a obtenção de alguns recordes históricos, envolvendo fluxo de caixa livre e Ebitda ajustado, e a interrupção de quatro anos seguidos de prejuízos”, afirmou o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, em carta enviada ao mercado nesta quarta-feira, 27 de fevereiro.
O resultado sólido apresentado pela companhia em 2018 reflete fatores como maiores margens nas vendas de derivados no Brasil e nas exportações de petróleo, acompanhando o aumento da cotação do Brent e a valorização do dólar. Houve, ainda, recuperação de participação de mercado no diesel e queda de despesas gerais e administrativas. Também contribuíram para o resultado a redução de gastos com juros, fruto da queda do endividamento, e a regularização de créditos com a Eletrobras.
Se excluídos os itens especiais — o fechamento de acordo com a ANP relacionado ao Parque das Baleias, o registro de impairment (perda no valor contábil de ativos) e perdas com contingências, entre eles — o lucro líquido seria de R$ 36 bilhões e Ebitda ajustado de R$ 122 bilhões. Esses itens, não recorrentes, somaram R$ 10 bilhões em 2018.
A remuneração total aos acionistas relativa ao exercício de 2018 alcançará R$ 7,1 bilhões, considerando as antecipações realizadas durante o ano. Em 2018, a Petrobras gerou R$ 151,5 bilhões em tributos municipais, estaduais e federais, além das participações governamentais. Também será paga participação nos resultados para os empregados.
A Petrobras alcançou as métricas de performance relacionadas à segurança e à diminuição do endividamento. O foco na melhoria contínua da cultura e da gestão da segurança contribuiu para redução da TAR (taxa de acidentados registráveis por milhão de homens-hora), que caiu para 1,01, em linha com o limite estabelecido para 2018.
A empresa superou a meta do indicador dívida líquida sobre Ebitda ajustado, que reduziu para 2,34 em 2018, inferior aos 2,5 estabelecidos para o ano. O endividamento líquido caiu 18% em relação a 2017, alcançando US$ 69,4 bilhões. Com a gestão da dívida, também houve o alongamento do prazo médio para 9,14 anos, com uma taxa média de 6,1%.
A produção de óleo e gás alcançou 2,63 milhões de barris de óleo equivalente por dia (Mboed), sendo 2,53 Mboed no Brasil e 101 mil boed em outros países, 5% menor do que em 2017. Esse desempenho reflete desinvestimentos realizados e o declínio natural de campos maduros. Outro destaque operacional é a entrada em operação de seis novos sistemas de produção (até fevereiro de 2019), sendo cinco no pré-sal – P-74, P-75 e P-76 no campo de Búzios e P-69 e P-67 no campo de Lula — e um em Tartaruga Verde, na Bacia de Campos. “A entrada das novas plataformas nos dá confiança sobre nossa meta de crescimento da produção, de 5% ao ano até 2023”, disse Castello Branco. Houve também retomada da atividade exploratória com a contratação de 11 novos blocos em 2018.
Em 2018, a Petrobras reduziu riscos ao firmar acordos com autoridades dos Estados Unidos para o encerramento de investigações no Department of Justice (DOJ) e na Securities and Exchange Commission (SEC), no valor de R$ 3,5 bilhões.
A empresa registrou entrada em caixa de cerca de US$ 6,1 bilhões com desinvestimentos. Também foram celebradas parcerias com Equinor, Total e Murphy para o desenvolvimento de negócios nas áreas de E&P e energias renováveis.
Quarto trimestre de 2018
A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 2,1 bilhões no último trimestre de 2018. O resultado refletiu a redução na cotação do Brent e nas margens nas vendas de derivados, assim como a ocorrência de itens especiais, no total de R$ 6,3 bilhões, entre eles o fechamento de acordo com a ANP relacionado ao Parque das Baleias, o registro de impairment (perda no valor contábil de ativos) e perdas com contingências.
Em contrapartida, houve crescimento de 6% na produção e 45% nas exportações de petróleo. O Ebitda ajustado atingiu R$ 29,2 bilhões e o fluxo de caixa livre, R$ 17,1 bilhões. Se excluídos os itens especiais, o lucro líquido seria de R$ 8 bilhões e o Ebitda ajustado atingiria R$ 31 bilhões.
Perspectivas para 2019
Em 2019, a Petrobras projeta aumento da produção de petróleo e gás natural para 2,8 milhões boed, sendo 2,3 milhões bpd de petróleo no Brasil. Este crescimento será viabilizado pelo aumento da produção (ramp up) nas plataformas recém-instaladas, assim como pela entrada em operação da P-77 e da P-68.
A companhia informa que seguirá com os desinvestimentos e a redução da alavancagem financeira, mantendo a disciplina de capital e otimizando a gestão de portfólio, da dívida e do caixa.