Lucro da Energisa atinge R$ 1,2 bi em 2018
Da Redação, de Brasília (com apoio da Energisa) —
O Grupo Energisa registrou lucro líquido consolidado de R$ 1,2 bilhão em 2018, um aumento de 106% em relação a 2017. No último trimestre do ano passado, o lucro líquido consolidado foi de R$ 674,5 milhões, um crescimento de 190%, em comparação aos R$ 232,6 milhões registrados no mesmo período de 2017 . Apesar do cenário de lenta recuperação econômica no Brasil, os resultados da empresa mantiveram a trajetória de crescimento registrada no ano anterior. A receita líquida consolidada cresceu 16,6% em relação a 2017 e chegou a R$ 14,3 bilhões, enquanto o Ebitda ajustado consolidado foi de R$ 4,1 bilhões, um aumento de 72,5% na mesma base de comparação.
Os resultados foram impactados pela contabilização extraordinária de R$ 1.169 milhões, relacionados aos efeitos contábeis decorrentes da combinação de negócios após a aquisição da Ceron e Eletroacre, e pela reversão de ativo fiscal constituído no quatro trimestre de 2017, devido a mudança temporária da perspectiva de geração de resultado fiscal da controladora Energisa S/A, em razão do incremento da alavancagem da controladora perante essa aquisição.
Sem estes efeitos extraordinários, o lucro líquido (pro forma) seria de R$ 63,1 milhões no quarto trimestre de 2018 e de R$ 568,2 milhões em 2018, reduções de 72,9% (R$ 169,5 milhões) e 0,8% (R$ 4,4 milhões) em relação ao quarto trimestre de 2017 e ao ano 2017, respectivamente.
O foco em excelência e o crescimento consistente do Grupo foram reconhecidos pelo mercado: as ações da Energisa tiveram, em 2018, uma das maiores valorizações entre as empresas do setor elétrico, com alta de 40% no período.
Também na contramão do cenário de baixo crescimento no Brasil, as vendas de energia da empresa encerraram o ano com crescimento de 2,9%, índice superior à média de 1,1% registrada no país (dados da Empresa de Pesquisa Energética – EPE). No total foram 34.680,1 GWh consumidos em todas as áreas de concessão do Grupo Energisa – um total de 11 distribuidoras – sinalizando a recuperação gradual do mercado de energia.
“Apesar de o último ano ter sido marcado por dificuldades e incertezas de ordem política e econômica, como a greve dos caminhoneiros e as eleições, conseguimos avançar no crescimento do Grupo Energisa. Os resultados se devem principalmente ao crescimento do mercado, disciplina de custos e à melhoria dos serviços prestados”, afirma Ricardo Botelho, diretor-presidente do Grupo Energisa. “Acreditamos na busca constante por eficiência e na gestão sustentável das nossas atividades, que geram valor para todos os stakeholders e garantem uma expansão sólida e consistente da empresa no promissor mercado brasileiro.”
O quarto trimestre registrou forte aumento do consumo de energia em função de temperaturas mais elevadas e da aceleração das vendas para a indústria. Neste período, houve aumento de 3,4% do consumo em relação a igual período do ano anterior, totalizando 9.021 GWh. Todas as classes apresentaram variação positiva no período, com destaque para as classes industrial, residencial e rural, que apresentaram crescimentos de 4,1% (1.849 GWh), 3,1% (3.280,1 GWh) e 3,1% (855,3 GWh), respectivamente.
A dívida líquida consolidada totalizou R$ 10,8 bilhões em dezembro de 2018, contra R$ 7,2 bilhões no mesmo mês de 2017, crescimento explicado pelas dívidas oriundas das duas distribuidoras adquiridas. A empresa manteve uma relação saudável de dívida líquida por Ebita ajustado, que ficou em 2,7 vezes, 0,3 ponto percentual abaixo das 3 vezes registradas em 2017.
Os investimentos realizados pela Energisa em 2018 somaram R$ 2 bilhões. Os recursos foram destinados, principalmente, a ativos elétricos nas distribuidoras do Grupo, que receberam R$ 1,8 bilhão do montante, a fim de promover a expansão e reforço da rede e a melhoria contínua da qualidade da energia. No quarto trimestre de 2018, o investimento foi de R$ 704,2 milhões, sendo R$ 543,3 milhões em ativos elétricos.
Para 2019, a Energisa planeja investir R$ 2,8 bilhões, dos quais cerca de R$ 2,4 bilhões nas 11 distribuidoras do Grupo – R$ 700 milhões serão aplicados somente na Ceron e na Eletroacre.
No ano passado, a Energisa consolidou sua atuação no segmento de transmissão, onde já atuava desde 2017, com a compra de dois lotes em leilões realizados pela Aneel. Eles estão situados nos estados do Pará, Bahia e Tocantins, e formam sinergia com as distribuidoras do Grupo no Tocantins e em Mato Grosso e com os lotes adquiridos anteriormente. Também foram emitidas as licenças de instalação da Energisa Goiás Transmissora e da Energisa Pará Transmissora.
Após as aquisições, a Energisa passa a contar com quatro concessões de transmissão, que somam 1.343 km de extensão, capacidade de transformação de 4.294 MVA e Receita Anual Permitida (RAP) da ordem de R$ 184,3 milhões. Nas transmissoras do Grupo serão investidos cerca de R$ 320 milhões em 2019, na consecução dos Lotes de Transmissão arrematados nos leilões de 2017 e 2018.
Perdas e Inadimplência
As perdas totais consolidadas do Grupo Energisa em 2018 somaram 5.558,8 GWh, representando 13,57% da energia injetada, queda de 0,28 ponto percentual em comparação com dezembro de 2017, mesmo considerando a aquisição das distribuidoras Ceron e Eletroacre. Sem a contabilização das novas empresas, as perdas totais representam 11,60% da energia injetada, ou 4.095,5 GWh.
As concessões que mais contribuíram para a boa redução das perdas consolidadas em 2018 foram a Energisa Mato Grosso do Sul, Energisa Mato Grosso e Energisa Paraíba. A melhoria nos indicadores é resultado de expressivos investimentos em equipes de combate a perdas e tecnologias que inibem este tipo de ilegalidade.
Em 2018, a inadimplência (calculada pela relação percentual entre a provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) e o fornecimento faturado, no período de 12 meses) foi de 1,15 ponto percentual acima da registrada em 2017 (0,63%). Sem considerar os dados de Ceron e Eletroacre, o indicador foi de 0,66% em 2018, revelando estabilidade em relação a 2017.
O bom resultado da Energisa Mato Grosso neste quesito se deve à reversão ocorrida no segundo trimestre referente à dívida com a concessionária de água e esgoto do estado. Já o aumento no indicador da Energisa Paraíba no quarto trimestre decorre, principalmente, da inadimplência na classe residencial.
Indicadores de qualidade e Ranking Aneel 2018
Com exceção da recém-adquirida Ceron, no indicador do DEC todas as distribuidoras do Grupo apresentaram desempenho melhor que a meta da Aneel para os indicadores FEC (frequência das interrupções) e DEC (duração das interrupções) em dezembro, com destaque para as distribuidoras EMT, EMS, ETO e ESE.
A Energisa Tocantins (ETO) alcançou seus melhores níveis de DEC e FEC históricos. Já a Energisa Mato Grosso (EMT) e Energisa Mato Grosso do Sul (EMS) apresentaram seus melhores resultados históricos para o FEC. A Energisa Sergipe (ESE), por sua vez, obteve os melhores DEC e FEC para o ano fechado desde 2002.