Solução para GSF pode sair via MP
Maurício Corrêa, de Brasília —
As dificuldades de entrosamento entre o Governo e o Congresso transbordaram para o lado da energia elétrica e estão obrigando as autoridades governamentais a alterar a estratégia em relação ao chamado risco hidrológico (GSF).
Desde que assumiu o Ministério de Minas e Energia, o ministro Bento Albuquerque alimentou a ideia de aprovar uma proposta para o GSF que já se encontra em tramitação no Congresso desde o Governo Temer.
Entretanto, sob intensa pressão do Ministério da Fazenda, que já percebeu há tempos o perigo que significa o travamento do mercado devido à inadimplência generalizada provocada pelo GSF, aparentemente vem aí uma medida provisória, para se resolver o problema na pancada.
Este site apurou que a Fazenda tomou a frente do MME por uma questão de mero pragmatismo. Dentro do Congresso, as mesmas dificuldades que são observadas em relação à reforma previdenciária ou ao pacote anticrime são encontradas quanto ao risco hidrológico.
O presidente Jair Bolsonaro diz todos os dias que seu governo, ao dizer não ao toma-lá-dá-cá, não compactua com a sem-vergonhice de parlamentares, que exigem cargos no governo para aprovar propostas de interesse do governo.
Entre os parlamentares, naturalmente, a leitura é fácil de fazer: todos são oportunistas e velhacos. Então, ninguém faz nada em favor do governo, o que acabou prejudicando a tramitação do GSF.
Nesta quarta-feira, no Ministério da Fazenda, fontes explicaram ao Paranoá Energia que provavelmente a questão será resolvida através de uma MP e que o governo deverá desistir de vez do projeto encaminhado na Era Temer.