Tradener, 18 anos: história de compromisso e resultados
(*) Walfrido Avila
Criada em 1998 e pioneira no então recém-criado mercado brasileiro de comercialização de energia elétrica, a Tradener, constituída em Curitiba, no Paraná, acaba de completar 18 anos. É um momento para se comemorar.
O nosso pioneirismo também se manifestou logo em seguida, em 1999, com a assinatura do primeiro contrato de suprimento para um consumidor livre, no caso a empresa paulista Carbocloro, quando participamos junto com a Copel.
Desde então, a Tradener tem sido extremamente atuante no mercado livre, inclusive atuando na exportação de energia elétrica para o Uruguai e Argentina. E, desde 2013, somos autorizados a operar também como agente de comercialização de gás, conforme decisão da ANP.
Além disso, a Tradener tem participação societária no Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE), bem como em empreendimentos de geração de energia renovável.
Todos nós que estamos na Tradener nos orgulhamos, enfim, de apresentar, aos 18 anos de atividade, uma carteira de serviços com 300 clientes, 1 mil MWmédios comercializados e 700 MWmédios administrados. É preciso fôlego, trabalho e dedicação para apresentar esse excepcional resultado.
Tudo isso não seria possível se, desde o início, a Tradener não estivesse fortemente engajada em uma política que, em síntese, mostra compromisso com os clientes e o mercado, dentro de uma visão técnica moderna e voltada para o futuro. Nesse contexto, inovação é a palavra-chave que tem caracterizado a nossa história desde os primeiros instantes.
Nesses 18 anos, podemos dizer que foi possível ver de tudo. Primeiramente, entusiasmo com a abertura no mercado de energia elétrica. Depois, uma desilusão progressiva em virtude de uma forte intervenção do Estado. Muitas pessoas que comandaram a área de energia nos anos recentes tinham uma visão absolutamente contra o mercado e só não acabaram totalmente com ele porque não conseguiram, embora tenham se esforçado bastante.
Hoje, estamos atravessando outro momento de abertura e podemos testemunhar que as autoridades têm tomado iniciativas para permitir que o mercado livre respire melhor e possa ampliar-se além dos 25% atuais, patamar, aliás, no qual foi limitado há cerca de 10 anos, sendo impedido de crescer.
Atualmente, o mercado livre representa cerca de 15 mil MWmédios da carga total do País. Há uma previsão da própria Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) que, até o final deste ano, deveremos atingir cerca de 4 mil agentes livres. Nos cálculos da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), o benefício acumulado em favor do mercado livre foi superior a R$ 42 bilhões, desde 2003, o que mostra como esse segmento é relevante para a economia brasileira.
Podemos avançar mais e temos espaço. Embora existam alguns mitos, podemos garantir que o mercado livre tem transparência, tem lastro de energia e, ao contrário do que dizem alguns desavisados ou adversários da liberdade de mercado, ele não é constituído apenas de contratos de curto prazo.
Ao contrário, dados da Abraceel revelam que 55% dos contratos atuais têm prazo superior a quatro anos, 19% se situam na faixa de mais de dois até quatro anos; 8% entre um e dois anos. Apenas 18% dos contratos se caracterizam por prazos inferiores a um ano.
Nós, da Tradener, temos compromisso com esse mercado e nos orgulhamos dele. Certamente, todo o País ganha com a existência do mercado livre de energia elétrica, pois ele não apenas reduz a conta de luz para os agentes que fazem a opção para serem consumidores livres ou especiais, como também contribui enormemente para uma melhor qualidade da política monetária, para a busca da eficiência e para o aumento da competitividade dos produtos brasileiros.
Aproveitamos este espaço para registrar os agradecimentos da diretoria da Tradener a todos aqueles que trabalham nesta empresa, bem como aos parceiros do mercado (clientes, geradores, mercado financeiro e outros agentes), autoridades da área de energia e formadores de opinião. Sem o apoio e o reconhecimento de uma vasta camada de agentes diversos, a Tradener jamais teria chegado ao nível atual. Nossos sinceros agradecimentos a todos.
(*) O engenheiro Walfrido Avila é presidente da Tradener.