Inovação colaborativa é realidade no setor elétrico
Paulo Antunes (*)
Maior eficiência, redução de custos e aumento da produtividade. A demanda crescente por serviços diferenciados no setor elétrico e a busca por parte das empresas em qualificar suas atividades têm criado desafios cujas respostas não se encontram mais nos portfólios disponíveis no mercado. Devido a esse ambiente complexo e diversificado, uma saída para atender esse novo tipo de demanda é o desenvolvimento de soluções customizadas, que vão resolver exatamente o problema ou necessidade do cliente.
Dessa forma, cresce no mercado a criação de ferramentas a quatro mãos, com o desenvolvedor atuando em conjunto com o cliente para solucionar um problema específico. Com esse objetivo, uma tendência do mercado é a realização de hackatons onde uma determinada necessidade é colocada como desafio para grupos de desenvolvedores formando assim um ecossistema de novas ideias.
A partir do seu amplo know-how no setor, a Siemens tem incentivado esse cenário de inovação colaborativa a partir do MindSphere, plataforma aberta em nuvem de IoT para conectar máquinas e equipamentos ao mundo digital. Assim, a Siemens conecta diferentes ecossistemas para se resolver problemas reais de empresas do setor elétrico.
Em uma das últimas edições do HackaSiemens, foi dado como desafio uma necessidade da concessionária de transmissão de energia, a Isa CTEEP. A empresa buscava uma solução para fornecer condições operacionais confiáveis dos transformadores de corrente para evitar interrupções não planejadas em subestações de alta tensão.
Estimulando a cocriação e endereçando problemas reais para incentivar a inovação no setor elétrico, foi desenvolvida para a concessionária uma solução que monitorará o sistema a partir de sensores que vão proporcionar um gerenciamento avançado dos ativos, proporcionando assim um serviço de melhor qualidade à população.
Essa iniciativa de cocriação tem atraído diferentes perfis de colaboradores – no desafio da Isa CTEEP foram estudantes, desenvolvedores, startups e integradores de 14 a 60 anos – com excelentes resultados para as companhias participantes. Apenas no ano passado, foram quatro edições do HackaSiemens, e mais de 20 aplicativos desenvolvidos por meio da plataforma MindSphere no Brasil.
Outro desafio solucionado a quatro mãos, mas dessa vez realizado diretamente com o cliente, foi o desenvolvimento do software de gerenciamento de energia E2go para o Porto Sudeste. A nova ferramenta foi criada para coletar e aplicar inteligência aos dados de medições de energia para possibilitar maior transparência e eficiência no consumo de energia elétrica.
Toda a construção do novo software ocorreu em parceria entre Siemens e Porto Sudeste dentro MindSphere Application Center (MAC), em Jundiaí, e a nova solução passou a ser comercializada como um Software as a Service (SaaS) oferecendo ao mercado um acompanhamento dos principais indicadores energéticos de instalações de geração renovável e grandes consumidores de energia.
Esses exemplos mostram a importância da cocriação para solucionar os problemas cada vez mais complexos do setor elétrico, e com o diferencial de entregar tecnologias e ferramentas que atendem exatamente as necessidades das empresas. Dada a crescente demanda por serviços que acompanhem o desenvolvimento tecnológico, a inovação colaborativa já deixou de ser tendência e hoje é uma realidade para quem busca maior eficiência no setor elétrico.
(*) Paulo Antunes é gerente de aplicação digital da área de Digital Grids da Siemens