MME na expectativa da saída de Braga
Maurício Corrêa, de Brasília —
O Ministério de Minas e Energia está na expectativa da renúncia do ministro Eduardo Braga, o que poderia ocorrer a qualquer momento, segundo apurou este site. O ministro inclusive já teria solicitado à presidente Dilma Rousseff para sair, mas, em resposta, recebeu um pedido para permanecer à frente da Pasta até esta quarta-feira, 20 de abril, quando voltarão a conversar sobre o assunto.
A permanência de Eduardo Braga, que é um integrante do PMDB, à frente do MME tem causado alguns problemas na cúpula do partido, desde quando o Diretório Nacional, lastreado em decisão de convenção nacional, convencionou que os ministros filiados ao PMDB deveriam renunciar aos cargos, considerando que o PMDB havia se desligado da base parlamentar do Governo.
O único ministro do PMDB que se desligou imediatamente do Governo foi o titular da Pasta do Turismo, Henrique Alves. Junto com outros colegas do partido que integravam a equipe ministerial, Eduardo Braga permaneceu fiel à presidente da República. No setor elétrico, vários dirigentes, nos últimos dias, confidenciaram a este site que Braga, sem dúvida, havia feito a escolha política errada.
Na última sexta-feira, 15 de abril, a assessoria de Braga convidou jornalistas para uma estranha entrevista coletiva, quando o ministro distribuiu um balanço das realizações do MME durante a sua gestão, com 12 páginas. Embora o documento tivesse um caráter técnico, a entrevista teve uma forte conotação política, quando Braga argumentou que continuava à frente do MME porque, apesar da crise política, o país precisava de energia elétrica e ele não fugiria de suas responsabilidades como ministro.
Havia uma expectativa que, naquela entrevista, ele finalmente anunciaria a sua saída do Governo. Ao contrário, embora com muito malabarismo verbal, continuou ao lado da presidente da República, em detrimento do partido.Fontes do MME disseram a este site que as pressões por parte do PMDB são muito fortes e que, na reunião de amanhã, o ministro finalmente deverá desligar-se do Governo.