Comercializadores renovam conselho na 5ª
Maurício Corrêa, de Brasília —
Embora o prazo de inscrição se encerre nesta terça-feira, dia 12 de março, dificilmente haverá novos candidatos para a eleição do Conselho de Administração da Abraceel, a associação dos comercializadores, que será realizada dois dias depois. No total, até agora, já existem 15 candidatos para a eleição direta de associados que escolherá os oito conselheiros, inclusive o presidente do CA.
Este site apurou que os candidatos inscritos até o final desta sexta-feira, dia 08 de março, eram: Paulo Toledo (Ecom), Edvaldo Santana (Electra), Sérgio Moraes (Tesla), Luiz Henrique Macedo (WXE), Ricardo Motoyama (CPFL), Eduardo Takamori (Engie), Daniel Marrocos (Newcom), Alessandro Brito (BC Energia), Paulo Tarso (Petrobras), Rodrigo Violaro (Stima) e Paulo Mayon (Compass).
Além desses, também são candidatos à reeleição Marcos Júnior (Cemig), Rafael Mathias (Capitale), Ricardo Lisboa (Delta) e Alessandra Amaral (Energisa). Dos oito conselheiros atuais que estão finalizando o mandato, quatro não se habilitaram à reeleição: Fábio Zanfelice (Votorantim), Oderval Duarte (BTG), Claudio Monteiro (Matrix) e Mikio Kawai Junior (Safira).
As expectativas em torno da eleição (que é um mecanismo bastante transparente e que não encontra paralelo em outros segmentos do setor de energia) são desencontradas. Este site conversou com alguns associados e as opiniões são divergentes, variando do otimismo ao pessimismo.
Uma fonte alegou que, com a desistência de quatro dos atuais conselheiros, abriu-se uma “excelente” oportunidade para a renovação no comando da associação, que será oxigenada com o ingresso de novos associados no Conselho de Administração.
Ao mesmo tempo, uma outra fonte alegou que essa desistência de atuais conselheiros — a não ser em um caso que não era permitido pelo próprio Estatuto Social — reflete mais um certo desencanto com a associação, que estaria fazendo mais do mesmo há algum tempo e teria se tornado burocrática e pouco criativa. Nesse aspecto, outro argumento é o fato de comercializadores históricos terem se distanciado do processo.
Mas também existem aqueles que enxergam uma luz no final do túnel e entendem que não se deve desprezar o que a Abraceel tem feito ao longo de sua história de duas décadas. Nesse contexto, são vistas como positivas as candidaturas de algumas pessoas que circulam há algum tempo no ambiente da associação, como, por exemplo, Takamori, Marrocos, Mayon e Toledo.
Ao contrário do “conchavo”, uma prática que caracteriza praticamente a maior parte das associações empresariais do setor elétrico, a Abraceel é possuidora de um modelo peculiar de eleição para o seu conselho, que se dá através do direto naqueles representantes de empresas associadas que se habilitam previamente.
Escolhidos os oito conselheiros, aqueles que manifestarem interesse em ocupar a presidência do CA serão imediatamente submetidos a novo escrutínio, também pela escolha direta dos associados.
Neste ano, a escolha do CA da Abraceel coincide com uma situação meio complicada, que foi a crise que há poucas semanas atingiu algumas comercializadoras, contaminando outras através das contratações bilaterais de energia.
Internamente, acredita-se que isso também está impactando a escolha para o Conselho de Administração, até porque, entre associados, existem aqueles que querem tornar as regras de operação mais rígidas (o que acaba beneficiando os grandes do mercado) e aqueles que preferem sejam avaliadas opções que ofereçam mais segurança no mercado, sem, contudo, restringir a competição entre os agentes, o que aliviaria a atuação dos comercializadores de menor porte.
Então, entre outras circunstâncias típicas de qualquer processo eleitoral, a eleição para o CA da Abraceel também ocorrerá em um contexto em que, no fundo, serão avaliadas alternativas de mais segurança ou mais liberdade para o mercado, sem contar as expectativas em torno da ampliação do mercado livre, como previsto na CP 33 do MME.