ML quer participar de leilões de energia nova
Maurício Corrêa, de Brasília —
Uma das demandas históricas do Ambiente de Contratação Livre (ACL, mais conhecido como mercado livre) é participar dos leilões de energia nova. Isso sempre andou meio de lado no Ministério de Minas e Energia, até porque os Governos liderados pelo PT nunca esconderam uma espécie de paixão pelo mercado regulado. Embora fortemente discriminado, agora, ao que parece, o ACL encontra mais compreensão por parte do MME e, aos poucos, uma proposta que visa à inclusão da demanda do mercado livre nos leilões de concessão está sendo discutida com as lideranças da Pasta.
O assunto foi tema de uma reunião com o secretário-executivo Luiz Eduardo Barata Ferreira no último dia 06. Este site apurou que, na realidade, a proposta já está no MME desde meados do ano passado e tem um mecanismo um pouco semelhante ao dos atuais leilões de energia nova. Pela proposta em exame entre o mercado livre e o MME, caberia ao Governo a atribuição de definir um determinado percentual da energia que seria alocada para o ACL. O preço de venda ao mercado regulado definiria quem seria o vencedor do leilão. Entretanto, haveria uma primeira rodada exclusiva para o ACL.
Selecionadas as ofertas do ACL pelos investidores, haveria então o processo de venda para o mercado regulado. Essa segunda rodada seria igual ao que já acontece nos leilões atuais de energia nova, permanecendo o vencedor quem ofertar o menor preço para atender ao ACR. Em linhas gerais, essa é a proposta que está sendo discutida entre o ACL e o MME. No dia 28 próximo, o ministro Eduardo Braga receberá os representantes do mercado livre para um novo capítulo na discussão sobre o tema.