Petrobras faz assembleia em 2 meses e muda estatuto
O processo de reestruturação administrativa da Petrobras ainda precisará ser aprovado em assembleia geral de acionistas. A estimativa é que uma assembleia seja convocada entre 30 e 60 dias para oficializar as mudanças no estatuto da companhia. Até lá, entretanto, haverá duas etapas de transição para adoção das novas estruturas administrativas – nesse processo, os atuais gestores das áreas de Gás e Energia, Hugo Repsold, e de Abastecimento, Jorge Celestino, continuam em seus postos.
“A empresa não vai parar nesse processo de alocação dos funcionários. Nomes e realocações necessárias para as novas funções serão apresentados ainda para aprovação e ratificação pelo conselho de administração. Os diretores serão alocados de acordo com sua competência”, afirmou Bendine em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 28 de janeiro, no Rio de Janeiro.
Segundo ele, haverá alterações estatutárias que demandam aprovação da assembleia geral. Antes da incorporação das mudanças no estatuto, as decisões serão feitas de forma colegiada, como acontece atualmente.
“Hoje, as pessoas ainda estão responsáveis pela atual função. Haverá deliberação conjunta no caso de gás e abastecimento. Não posso me posicionar enquanto a estrutura não estiver definida no estatuto da companhia. Haverá assembleia, no intervalo estimado em 30 dias. Nós vamos trabalhar em modelo visando a nova estrutura, mas em colegiado”, afirmou o executivo.
A Petrobras ainda busca parceiros para concluir o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), e não há prazo para o término das obras, que desde 2005 já consumiram mais de US$ 13 bilhões. Segundo o presidente da estatal, a companhia vai finalizar a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, em 2018, conforme estabelecido em seu Plano de Negócios.
“Tivemos um grande avanço em 2015, mesmo com a não aquisição de um novo filtro de emissões recebemos autorização para trabalhar na capacidade plena da Rnest na primeira etapa. A segunda etapa estará operando em 2018, conforme está no Plano de Negócios, claro, sujeito a revisão”, explicou o presidente Aldemir Bendine
Sobre o Comperj, o executivo afirmou apenas que “não há prazo”. Segundo ele, a companhia ainda busca parceiros estratégicos para investir no projeto, mas não há detalhes sobre o andamento das negociações.
A companhia vai avaliar as “medidas cabíveis” para garantir a conclusão da venda de 49% da Gaspetro para a japonesa Mistui. Segundo Bendine, ainda não houve notificação sobre a decisão judicial que suspendeu, em caráter liminar, a operação de R$ 1,9 bilhão. Para o presidente da estatal, o negócio está “concluso”, foi aprovado por todos os órgãos reguladores e a companhia não irá ser afetada pela suspensão.
“Ainda não fomos comunicados da decisão sobre a Gaspetro. O negócio está concluso, mas precisamos ver o alcance da liminar e ver as medidas cabíveis. A decisão não trará nenhum abalo para a companhia, em caso de reversão do negócio. O valor devido cabe com folga no caixa da empresa”, afirmou o executivo.