CCEE: afluências melhoram e reduzem PLD no Sul e SE
Da Redação, de Brasília (Com apoio da CCEE) —
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE apresentou nesta segunda-feira, 30 de maio, uma análise do comportamento do Preço de Liquidação das Diferenças – PLD de maio e para o início de junho. As afluências mais elevadas que o esperado nas regiões Sudeste e Sul e manutenção dos níveis dos reservatórios contribuem para a queda do PLD nesses submercados.
“Notamos uma melhora das afluências na região Sudeste, especialmente nas últimas duas semanas. No Sul, mesmo com o enfraquecimento do El Niño, também observamos ENAs elevadas, mantendo as afluências acima da média (113%) para o mês de maio”, destaca o gerente de preço da CCEE, Rodrigo Sacchi.
Esse aumento das chuvas no Sudeste e no Sul possibilitou que os níveis de armazenamento dos reservatórios do SIN mantivessem níveis acima do esperado, sem reduções significativas, típicas do período seco. Houve aumento de 3,4% nos níveis do Sul e no Sudeste, que trazia a expectativa de queda mais acentuada, manteve o armazenamento em 56,7%, redução de apenas 0,9%. Os níveis do Norte e Nordeste fecharam maio com 62,5% e 30,5%, respectivamente.
Em razão desse cenário otimista de afluências e armazenamento, a previsão é que os preços no Sudeste e no Sul ainda fiquem reduzidos em junho, mas voltem a subir no mês seguinte. “A expectativa é que o PLD de julho e agosto fique mais elevado nos submercados Sudeste, Sul e Norte, voltando a cair apenas no último trimestre do ano, aproximando-se do valor mínimo (R$ 30/MWh) em dezembro”, analisa o executivo.
O PLD do Nordeste segue acima dos R$ 100/MWh nos próximos meses, podendo ser ligeiramente reduzido ao final do ano. No entanto, segundo projeção para os próximos 14 meses, há a expectativa de aumento significativo para o preço do Nordeste em março e abril do próximo ano.
Na análise da carga de energia prevista para todo o Sistema Interligado Nacional – SIN, foi notado um aumento de 3,4% para maio e de 2,8% para junho, na comparação dos índices previstos ainda no começo do ano. Segundo Sacchi, esse aumento na carga esperada no período é um reflexo do aumento do consumo no Ambiente de Contratação Livre (ACL).
Já o fator de ajuste do MRE para maio deve ficar em torno de 90%, com expectativa de chegar a 92,7% em junho. Considerando a repactuação do risco hidrológico, que considera a sazonalização “flat”, maio registraria 87,7%, enquanto junho alcançaria 90,9%, fechando 2016 em 88,2% em ambos os cenários.
Os Encargos de Serviços do Sistema – ESS para maio devem totalizar R$ 208 milhões. “Em junho, a expectativa é que esse montante se reduza para R$ 111 milhões, muito em função do aumento do PLD e do CMO nas regiões Norte e Nordeste. Para 2016, o ESS consolidado deve ser de R$ 3 bilhões, valor significativamente menor ao do ano passado (R$ 5,6bi), muito em função da redução do despacho térmico por segurança energética”, completa Sacchi.