Evento discute em SP avanços e perspectivas para energia solar
Da Redação, de Brasília (Com apoio da Intersolar) —
O evento Intersolar South America 2016, que termina nesta quinta-feira, dia 25 de agosto, no Expo Center Norte, em São Paulo, está sendo palco de muitos debates sobre temas pertinentes para o mercado de energia renovável. O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Eduardo Azevedo, abordou questões de política pública para o desenvolvimento do setor, como a realização de três leilões, isenção de ICMS sobre equipamentos e componentes e implantação dos do PNE (Plano Nacional de Energia) 2050 e PDE (Plano Decenal de Energia). “A energia não tem só que ser barata. Tem que ser boa para o país”, defendeu o secretário.
Só no primeiro dia foram 12 palestrantes que levantaram discussões sobre regulamentação, mitigação de riscos, leilões, previsões globais e desafios para o desenvolvimento do setor. De acordo com Bruce Douglas, diretor de operações da SolarPower Europe, nos próximos 20 anos, a energia fotovoltaica será a principal fonte de energia. “Em 2020 representará 6% da capacidade total. Algumas regiões da Europa já chegam a dois dígitos”, diz Douglas.
Ricardo Rütter, professor da Universidade Federal de Santa Catarina e do Instituto Ideal, que participou de duas mesas de discussão – ficou satisfeito com os resultados do primeiro dia de trabalho. “A Intersolar trouxe o panorama do setor de energia fotovoltaica, suscitou debates e o mais importante, mostrou o potencial deste segmento para potenciais investidores”, afirmou.
No período da tarde, Paula Scheidt Manoel, do Instituto para o Desenvolvimento das Energias Alternativas da América Latina (Ideal) mostrou uma prévia de sua pesquisa, que será lançada em outubro e estará disponível no site www.intitutoideal.org.
Lilian Cléa Rodrigues Alves, da Bloomberg New Energy Finance, apresentou uma análise do mercado para os participantes da conferência. Um dos obstáculos apontados pela analista é a moeda brasileira. “O Real não garante as mesmas vantagens cambiais que outros países possuem”. Outro ponto desfavorável é a dificuldade de obter financiamento. “Mercado apoiado por uma única fonte, caso do BNDES, tem problemas quando essa fonte seca.” A especialista levantou algumas questões importantes, entre elas se as metas de produção de células para 2020 são factíveis.
Carlos Evangelista, presidente da ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída), por sua vez, prevê um crescimento fora do comum comparado com outros setores da economia. Segundo ele, o Brasil é o sexto melhor país no mundo para investir em energia solar fotovoltaica. “A área é a que mais cria empregos no mundo”, afirma.
Para Rodrigo Kendi Kimura, diretor de operações da Engie Solar, geração distribuída tem que ser tratada como infraestrutura. “Não é só artigo de luxo. Temos que popularizar a geração distribuída. É uma fonte legítima, econômica e não agride o meio ambiente”, conclui.