CMSE: risco de déficit de energia é baixo
Da Redação, de Brasília (Com apoio do MME) —
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) realizou a sua reunião mensal, em Brasília, nesta quarta-feira, 08 de fevereiro, concluindo que o risco de faltar energia, em 2017, no Sudeste/Centro-Oeste, é muito baixo, de apenas 0,3%, e no Nordeste é de zero por cento.
As avaliações do CMSE foram as seguintes:
Avaliação do suprimento de energia a Roraima: A Secretaria de Energia Elétrica do MME apresentou avaliação sobre o suprimento de energia elétrica a Roraima, destacando o desempenho verificado em 2016 e em janeiro de 2017 e as perspectivas de atendimento para os demais meses do ano. O CMSE decidiu analisar o tema em profundidade para indicar ações que aumentem a confiabilidade do suprimento de energia ao local. Ressalta-se que, atualmente, a única capital brasileira que ainda permanece eletricamente isolada do país é Boa Vista (RR), cujo abastecimento é realizado por meio do recebimento de energia advinda da Venezuela, e também com geração térmica local.
Balanço das ações do CMSE: A Secretaria Executiva do CMSE apresentou o balanço das ações do Comitê, contemplando elenco das reuniões realizadas desde sua criação e as deliberações proferidas pelo Colegiado entre 2008 e 2016. Foi ressaltado que, nesse período, das 273 deliberações registradas, 96% foram concluídas. Além disso, foi apresentado relato sobre os Grupos de Trabalho do CMSE cujas atividades foram concluídas em 2016 (GT Olimpíadas 2016), e aqueles que continuam em andamento (GT Regulamentação e Procedimentos de Distribuição, GT Avaliação do Processo dos Leilões de Transmissão e GT Manaus).
Operação hidráulica do Rio São Francisco: Ao longo do mês de janeiro de 2017, foi mantida a operação de defluência da cascata do rio São Francisco nas UHEs Sobradinho e Xingó no patamar de 700 m³/s, ainda em caráter de teste. Conforme informado na última reunião de acompanhamento da operação dos reservatórios do rio São Francisco, realizada em 6 de fevereiro de 2017, o IBAMA está avaliando os relatórios que contemplam os impactos dessa redução, para a posterior emissão da autorização definitiva da redução, caso todos os critérios estabelecidos sejam cumpridos.
Em relação à UHE Três Marias, foi mantida a política de minimizar a sua defluência, assegurando o atendimento aos usos múltiplos da água, com o objetivo de maximizar o estoque de água no reservatório da usina.Considerando, até o dia 1º de março, a programação de defluências para a UHE Três Marias, com base nas condições hidrológicas atualizadas pela CEMIG, e defluência de 700 m³/s nas UHEs Sobradinho e UHE Itaparica, a expectativa é que o armazenamento destas usinas atinja, respectivamente, 37,0%, 12,4% e 21,9%.
As condições de operação relacionadas à defluência das usinas da cascata do rio São Francisco são avaliadas semanalmente, nas reuniões de acompanhamento da operação dos reservatórios do rio São Francisco, coordenadas pela Agência Nacional de Águas (ANA).
Condições Hidrometeorológicas e Energia Armazenada: O ONS destacou que, conforme apresentado na última reunião do Grupo de Trabalho MCTIC/MME sobre Previsão Estendida, a temperatura superficial do Oceano Pacífico Equatorial, na atualidade, é compatível com uma condição de neutralidade, situação que permanecerá até pelo menos meados de 2017, conforme maioria dos modelos consultados. Além disso, a situação do Oceano Atlântico, mais aquecido ao norte do que ao sul do Equador, deve influenciar negativamente as chuvas do norte da Região Nordeste nos próximos três meses.
O ONS apresentou também que, em termos de Energia Natural Afluente – ENA bruta, foram verificados os valores de 69% no Sudeste/Centro-Oeste, 158% no Sul, 30% no Nordeste e 42% no Norte, referenciados às respectivas médias de longo termo – MLT do mês de janeiro.
Ao final do mês de janeiro, foi verificada Energia Armazenada – EAR de 37,4%, 60,5%, 17,4% e 24,4% nos reservatórios equivalentes dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente, referenciados à EAR máxima. Segundo a revisão 1 do PMO/ONS do mês de fevereiro de 2017, devem ser atingidos ao final deste mês os seguintes armazenamentos: 44,5% no Sudeste/Centro-Oeste, 57,0% no Sul, 20,2% no Nordeste e 28,1% no Norte.
Foi também apresentado estudo prospectivo do armazenamento equivalente do subsistema Sudeste/Centro-Oeste. Considerando os valores esperados e limites inferiores das ENAs, a energia armazenada neste subsistema varia entre 13,8% e 37,7% ao final do mês de novembro de 2017.
Análise de Risco: O risco de qualquer déficit de energia em 2017 é igual a 0,3% e 0,0%[1], para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, respectivamente, considerando a configuração do sistema do PMO de fevereiro de 2017.
Expansão da Geração e Transmissão: Em janeiro, entraram em operação comercial 1.180 MW de capacidade instalada de geração, 297 km de linhas de transmissão e 558 MVA de transformação na Rede Básica, com destaque para a unidade geradora (UG) 4 da UHE Belo Monte (611 MW), para a UG 6 do sítio Pimental (39 MW), e para a LT 500 kV Barreiras II / Rio das Éguas C2, com 244 km de extensão.
Adicionalmente, até o dia 8 de fevereiro, foi verificada expansão de cerca de 108 MW, relativos a unidades geradores de usinas térmicas para atendimento a sistemas isolados do Pará, e de 750 MVA de capacidade de transformação, referente ao autotransformador 500/230 kV da subestação Jauru.