Coesus alerta para fracking no Piauí
Da Redação, de Brasília (Com apoio da Coesus) —
A Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida (Coesus) distribuiu comunicado em que alerta para as atividades da empresa Ouro Verde Óleo e Gás, que faz pesquisas no estado do Piauí e pretende perfurar na região onde se localiza o aquífero Poti-Piauí. Segundo a Coesus, a população local está preocupada, pois “há muita informação desencontrada e superficial, que não detalha os riscos e perigos das técnicas a serem utilizadas no processo de perfuração”.
A região tem uma grande reserva de gás de xisto, e inclusive já teve um bloco, o PTN 597, vendido pela Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) na 12ª Rodada de Licitações realizada em 2013. Uma liminar obtida pelo Ministério Público Federal do Piauí suspendeu os efeitos do leilão e impediu o uso do fraturamento hidráulico, tecnologia altamente poluente usada para extrair o gás do folhelho de xisto do subsolo, também conhecida como fracking.
“Estamos alertando a população e autoridades do Piauí para ficarem atentas para a possibilidade da empresa, já na fase de pesquisa exploratória, encontrar gás não convencional que só pode ser extraído do subsolo por fraturamento hidráulico”, alerta Juliano Bueno de Araujo, coordenador nacional da Coesus. O aquífero Poti-Piauí é considerado uma das principais formações hidrológicas na área de inserção dos três blocos. Nesta região, destacam-se também os rios da Balsa, Uruçuí Preto, Gurgueia, Canindé e Parnaíba.
No Paraná, a Assembleia Legislativa deverá apreciar nos próximos dias o veto ao artigo 3º à Lei 18.947/2016 que proíbe por 10 anos operações de fraturamento hidráulico (fracking) para exploração do gás de xisto. Na proposta aprovada por unanimidade pelos parlamentares, o artigo vetado contemplava as pesquisas. Com o veto, elas ficam proibidas durante o período.
Na quarta-feira, 08 de fevereiro, o veto chegou a entrar na pauta de votação, mas foi retirado pela presidência da Assembleia Legislativa do Paraná sem maiores justificativas. Vários parlamentares já manifestaram apoio à proibição das pesquisas sísmicas, bem como toda e qualquer atividade relacionada com o fracking.
“Defendemos a manutenção do veto às pesquisas, pois estas geram terremotos induzidos que provocam rachaduras nas edificações, impactam a piscicultura, estressam as pessoas e os animais e pior, geram informações para embasar os próximos leilões”, afirma Juliano Bueno de Araujo, dirigente da Coesus e coordenador de Campanhas Climáticas da 350.org.