Chuvas devem ficar em 68% da média em abril
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) prevê que o Brasil enfrentará mais um mês de chuvas abaixo da média histórica. Isso provocará novas quedas no armazenamento de água dos reservatórios de quase todas as hidrelétricas do País, embora ainda estejamos no chamado período úmido, em que se registra chuvas mais volumosas que normalmente contribuem para a ampliação da armazenagem antes da chegada do período seco, no inverno.
De acordo com previsão divulgada nesta sexta-feira, 31 de março, pelo operador, a região Sudeste, que concentra a maior capacidade de armazenamento do País, registrará em abril uma Energia Natural Afluente (ENA) de 68% da média histórica para o mês, levando os reservatórios da região a chegar no fim do período com 40,5% de sua capacidade, 1 ponto porcentual abaixo do verificado na quinta.
Para o Sul, a ENA esperada é de 75% da média de longo termo (MLT). Com isso, a região chegará ao fim do mês com uma Energia Armazenada de 41,7% da capacidade, ante os 44,3% anotado nesta quinta-feira.
Para o Nordeste, que há meses sofre com a seca, a previsão de afluências para abril é de apenas 22% da média histórica. Ainda assim, o armazenamento da região não será tão pressionado ao longo do mês e deve encerrar abril em 21,1% da capacidade, pouco abaixo dos 21,69% de quinta-feira. Para o Norte, a situação é melhor. O submercado, que registra vertimento em uma de suas usinas, deve ter afluências em 72% da MLT, levando ao aumento da armazenagem ao longo do mês, chegando a 66,1% da capacidade, ante os 65,2% de quinta.
A situação de armazenamento só não será pior porque o ONS prevê uma demanda mais fraca este mês. A projeção é de uma carga de 67 226 MW médios no Sistema Interligado Nacional, o que corresponde a um recuo de 1,4% frente o apurado em abril de 2016.
A expectativa é de carga mais baixa, na comparação anual, nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul, com baixas de 2,2% e 4%, respectivamente. Já o Nordeste deve demandar 3,8% mais carga em relação a abril do ano passado. Para o Norte, a previsão é de estabilidade dos volumes, em 5.579 MW médios (+0,3%)
Diante desse cenário, o Custo Marginal de Operação (CMO) subiu em quase todos os submercados. Para o Sudeste/Centro-Oeste e Sul, o valor estabelecido alcançou R$ 420,80/MWh, ante os R$ 221,01/MWh da semana passada. No Nordeste, o CMO passou de R$ 353,30 para R$ 425,71/MWh. Por fim, no Norte, o custo segue zerado, por conta do “vertimento turbinável” em usinas da região. O CMO é utilizado como referência para a definição do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD).