CMSE vê normalidade no setor elétrico
Da Redação, de Brasília (Com apoio do MME) —
Em reunião realizada nesta quarta-feira, 07 de abril, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) avaliou que as condições hidrológicas favoráveis na região Sul foram fundamentais para melhoria das condições de atendimento ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Na reunião, também foi destacada a conclusão das obras de transmissão que viabilizaram o início da operação em teste das usinas fotovoltaicas – UFV Ituverava 1, 2 e 3, totalizando 84 MW, trazendo uma melhoria das condições de suprimento de energia à região leste da Bahia.
Conforme avaliação realizada pelo ONS, o risco de qualquer déficit de energia em 2017 é igual a 0,0%, para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, considerando a configuração do sistema do PMO de junho de 2017.
Ao final da reunião, o MME emitiu o seguinte comunicado:
“O CMSE esteve reunido nesta quarta-feira, 07 de junho de 2017, com o objetivo de analisar as condições de suprimento eletroenergético em todo o território nacional, e divulga, de forma preliminar, os principais pontos tratados pelo colegiado:
GT Atendimento a Roraima: A Secretaria de Energia Elétrica – SEE/MME realizou apresentação sobre o andamento do Grupo de Trabalho – GT Atendimento a Roraima, instituído para avaliar as condições de atendimento à localidade. Nesse sentido, foram apresentadas as atividades em andamento no grupo, que contemplam: aspectos operacionais do suprimento de energia elétrica, tais como avaliação dos limites de intercâmbio com a Venezuela; geração distribuída e eficiência energética; estudos sobre armazenamento de energia; e, soluções de médio e longo prazo, para avaliação do atendimento no período que antecede a interligação de Roraima ao SIN. Como resultado parcial dos trabalhos do grupo e da apresentação realizada, o Comitê recomendou a continuidade das tratativas para implantação de geração térmica adicional para o ano de 2017 e, para os próximos anos, deve-se aguardar a conclusão dos estudos do grupo de trabalho, com posterior apresentação ao CMSE das alternativas identificadas.
Critérios de Planejamento e Operação do SIN: O ONS apresentou avaliação realizada sobre os critérios de planejamento e operação adotados para o SIN, trabalho que buscou atender recomendação do CMSE, especialmente no que diz respeito a interligações e grandes troncos de transmissão do SIN. Dessa forma, os objetivos do trabalho contemplam: (i) a definição de critérios para aumento da confiabilidade e segurança do SIN, buscando torná-lo robusto frente a ocorrência de contingências múltiplas (mesma torre ou mesma faixa) em grandes troncos de transmissão; e (ii) proposta de que seja apresentado anualmente pelo ONS um panorama do desempenho do SIN com base na aplicação dos critérios específicos, com o encaminhamento dos resultados à EPE.
Condições Hidrometeorológicas e Energia Armazenada: O ONS informou que, com base na última reunião do Grupo de Trabalho MCTIC/MME sobre Previsão Meteorológica Estendida, a temperatura superficial do Oceano Pacífico Equatorial, na atualidade, permanece compatível com uma situação de neutralidade, o que não deve interferir significativamente no regime pluviométrico dos próximos meses. Todavia, não se descarta o estabelecimento de um fenômeno do “El Niño” de fraca intensidade no segundo semestre do ano, em função de previsões de aquecimento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, ressalvadas suas incertezas.
O ONS apresentou também que, em termos de Energia Natural Afluente – ENA bruta, foram verificados no mês de maio de 2017 os valores de 100% no Sudeste/Centro-Oeste, 168% no Sul, 22% no Nordeste e 60% no Norte, referenciados às respectivas médias de longo termo – MLT.
Ao final do mês de maio de 2017, foi verificada Energia Armazenada – EAR de 43,3%, 71,7%, 19,5% e 65,7% nos reservatórios equivalentes dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente, referenciados às respectivas EAR máximas. Os valores esperados de armazenamentos equivalentes ao final do mês de junho são: 43,6% no Sudeste/Centro-Oeste, 96,3% no Sul, 17,3% no Nordeste e 65,1% no Norte.
Análise de Risco: O risco de qualquer déficit de energia em 2017 é igual a 0,0% para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste considerando a configuração do sistema do PMO de junho de 2017.
Operação Hidráulica do Rio São Francisco: O ONS informou que, na segunda quinzena do mês de maio, foram conduzidas reduções nas defluências mínimas a partir das UHEs Sobradinho e Xingó a fim de proporcionar maior segurança hídrica para a bacia do rio São Francisco, diante da condição hidrológica vivenciada neste ano. Estas decisões foram respaldadas na Resolução da Agência Nacional de Águas nº 742/2017, e na Autorização Especial do Ibama nº 11/2017 e seguiram rito definido no âmbito do grupo de acompanhamento da operação dos reservatórios do rio São Francisco, sob a coordenação da ANA, e que conta com ampla participação de representantes do Poder Público, usuários e sociedade civil.
Nesse sentido, foi iniciada a operação em teste com defluência de 650 m³/s na UHE Sobradinho a partir do dia 18 de maio, de 650 m³/s na UHE Xingó a partir do dia 23 de maio, e de 600 m³/s nestas duas usinas a partir do dia 29 de maio.
Além disso, o ONS apresentou simulações de expectativa de armazenamento nas UHEs Três Marias, Sobradinho e Itaparica ao longo do período seco, utilizando os piores cenários de afluências verificados no histórico, que tem se aproximado da realidade vivenciada atualmente. Conforme mencionado, é necessário o permanente acompanhamento da evolução das condições hidrometeorológicas da bacia e do armazenamento dos reservatórios de Três Marias e Sobradinho, visando identificar a necessidade de implementação de medidas adicionais.
Expansão da Geração e Transmissão: Em maio, entraram em operação comercial 152,9 MW de capacidade instalada de geração, 650,2 km de linhas de transmissão e conexões de usinas na Rede Básica e 1.885 MVA de transformação na Rede Básica. Assim, a expansão do sistema no ano 2017, até o mês de maio, totalizou 2.346,7 MW de capacidade instalada de geração, 972,7 km de linhas de transmissão de Rede Básica e conexões de usinas e 3.915 MVA de transformação na Rede Básica.
Destaque para a conclusão das obras de integração da subestação – SE Barreiras 2 (500/230 kV), da SE Rio Grande 2 (230/138 kV) e da SE Tabocas do Brejo Velho (230 kV), viabilizando o início da operação em teste das usinas fotovoltaicas – UFV Ituverava 1, 2 e 3, totalizando 84 MW, trazendo uma melhoria das condições de suprimento de energia à região leste da Bahia.
O CMSE, na sua competência legal, continuará monitorando, de forma permanente, as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País. As definições finais sobre a reunião do CMSE de hoje serão consolidadas em ata devidamente aprovada por todos os participantes do colegiado e divulgada conforme o regimento”.