BNDESPar pode ser usada para salvar Cemig
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, estuda usar a BNDESPar, empresa de participações do banco, para resolver o impasse em relação ao leilão de usinas hidrelétricas da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). A informação é do vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG).
A possibilidade foi discutida em reunião, nesta terça-feira, 22 de agosto, na sede do banco de fomento estatal, no Rio de Janeiro, entre Rabello de Castro e Ramalho. A ideia seria a BNDESPar fazer uma parceria societária com a Cemig, para que a estatal mineira pudesse comprar as usinas.
“A Cemig é um símbolo para os mineiros, assim como o Banrisul é para os gaúchos. Nenhum deputado mineiro sai na rua em Minas Gerais se a gente não salvar a Cemig”, explicou Ramalho, coordenador da bancada mineira e principal responsável pela articulação.
Outra opção discutida na reunião foi a de um empréstimo do BNDES para a empresa. Neste caso, o banco de fomento coordenaria um consórcio ou pool junto a bancos públicos e privados para que a estatal recebesse juros subsidiados e pudesse bancar a compra das hidrelétricas.
Segundo Ramalho, as equipes jurídicas do BNDES e da Cemig já estão trabalhando em conjunto para avaliar a melhor opção. Rabello de Castro também deve se encontrar com o presidente Temer nesta quarta-feira, 23, para discutir o assunto.
A ideia é que até segunda-feira, dia 28, as equipes técnicas já tenham condições de estabelecer qual a melhor opção do acordo entre BNDES e Cemig. Uma das condições para o acordo é a Cemig criar um sistema de governança.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o leilão de usinas da Cemig, previsto para setembro, “está marcado”. Ele afirmou que a empresa mineira está tentando levantar recursos no BNDES e em outros bancos para tentar manter as usinas que serão devolvidas à União.
“Vamos analisar a proposta da Cemig como a proposta de outras operadoras. Do nosso ponto de vista, o importante é que a proposta seja financeiramente viável e atenta os interesses da União”, informou o ministro.
Meirelles disse que a Cemig poderá participar do leilão como qualquer outra empresa. “Para a Cemig conseguir trazer uma proposta que possa justificar a não existência do leilão, ainda falta muito”, acrescentou.