Armazenamento de água nivela com ano crítico de 2014
Da Redação, de Brasília (Com apoio do MME) —
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) relatou nesta quarta-feira, 04 de outubro, que em setembro entraram em operação comercial 731,9 MW de capacidade instalada de geração, 166 km de linhas de transmissão. No total, a expansão do sistema no ano de 2017, até o mês de setembro, totalizou 4.721,5 MW de capacidade instalada de geração, 1.743,9 km de linhas de transmissão de Rede Básica e conexões de usinas e 9.954 MVA de transformação na Rede Básica.
O CMSE também destacou que as condições de abastecimento e o atendimento do mercado de energia no país estão assegurados, embora a previsão de chuva esteja abaixo da média em grande parte do Brasil, com exceção de algumas localidades das regiões Sul e Norte. Mesmo com o sistema em equilíbrio estrutural, o Comitê vai avaliar a adoção de uma campanha de conscientização do uso eficiente da energia pela população brasileira frente ao aumento do preço.
O risco de qualquer déficit de energia em 2017 é igual a 0,0% para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste considerando a configuração do sistema do PMO de outubro de 2017. Para o CMSE, no final de novembro de 2017, quando tipicamente se inicia o replecionamento dos reservatórios devido ao aumento das afluências, a expectativa é que os armazenamentos equivalentes dos subsistemas Sul, Nordeste e Norte atinjam valores inferiores aos verificados em 2014, ano mais crítico do histórico recente. O subsistema Sudeste/Centro-Oeste deve alcançar armazenamento próximo ao verificado naquele ano.
Dessa forma, o CMSE reiterou a importância de viabilização de recursos adicionais de usinas termelétricas que se encontram no momento operacionalmente disponíveis, porém sem combustível. Assim, o Comitê encaminhará correspondência à Petrobras solicitando gestão da empresa no sentido de viabilizar o fornecimento de combustível a essas usinas.
Ao final da reunião, o MME divulgou a seguinte nota informativa:
“O CMSE esteve reunido nesta quarta-feira, 04 de outubro de 2017, com o objetivo de analisar as condições de suprimento eletroenergético em todo o território nacional, e divulga, de forma preliminar, os principais pontos tratados pelo colegiado:
- Comitê de Acompanhamento e Avaliação Permanente do Mercado: a Secretaria de Energia Elétrica – SEE/MME apresentou as atividades do Comitê de Acompanhamento e Avaliação Permanente do Mercado, criado como resultado das discussões do Grupo de Trabalho instituído pela Portaria MME nº 68/2017, no intuito de fortalecer as competências do MME nas atividades de mercado. Atualmente, este Comitê está estudando: (i) aspectos relativos à migração do Ambiente de Contratação Livre – ACL para o Regulado – ACR; e (ii) impactos da adoção de preço horário no mercado de energia elétrica. Em relação à (ii), destaca-se que o MME abrirá em breve consulta pública para que os interessados possam contribuir com o tema.
- Campanha de conscientização do uso eficiente de energia elétrica: em atendimento à deliberação da 185ª reunião do CMSE, a Aneel apresentou a proposta de adoção de uma campanha de conscientização do uso mais eficiente da energia elétrica pela população brasileira frente ao aumento do preço da energia elétrica devido à escassez hídrica. O CMSE avaliou como importante que as instituições integrantes do Comitê reúnam suas equipes de comunicação para o desenvolvimento do tema.
- Grupo de Trabalho – GT MRE: A Secretaria Executiva do MME informou que o GT criado em atendimento à deliberação da 179ª reunião do CMSE para avaliação de medidas estruturais de sustentabilidade do Mecanismo de Realocação de Energia – MRE está em vias de concluir a consolidação das contribuições da Consulta Pública nº 36/2017. Após o término desta etapa, os resultados serão apresentados ao Comitê para posteriores encaminhamentos.
- Condições Hidrometeorológicas e Energia Armazenada: O ONS informou que, com base na última reunião do Grupo de Trabalho MCTIC/MME sobre Previsão Meteorológica Estendida, a temperatura superficial do Oceano Pacífico Equatorial, na atualidade, indica uma situação de neutralidade, com tendência para um resfriamento e configuração do fenômeno La Niña na próxima primavera e verão (2017/2018).
Foi destacado ainda que as previsões recentes indicam com maior probabilidade que as chuvas ficarão abaixo da média climatológica sobre grande parte do Brasil nos próximos dias, com exceção de algumas localidades das regiões Sul e Norte. Assim, a estação chuvosa ainda não está configurada.
O ONS apresentou também que, em termos de Energia Natural Afluente – ENA bruta, foram verificados no mês de setembro de 2017 os valores de 64% no Sudeste/Centro-Oeste, 23% no Sul, 29% no Nordeste e 57% no Norte, referenciados às respectivas médias de longo termo – MLT.
Ao final do mês de setembro de 2017, foi verificada Energia Armazenada – EAR de 24,2%, 36,2%, 9,3% e 32,6% nos reservatórios equivalentes dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente, referenciados às respectivas EAR máximas. Os valores esperados de armazenamentos equivalentes ao final do mês de outubro são: 19,6% no Sudeste/Centro-Oeste, 35,7% no Sul, 5,4% no Nordeste e 22,4% no Norte.
Para o final de novembro de 2017, quando tipicamente se inicia o replecionamento dos reservatórios devido ao aumento das afluências, a expectativa é que os armazenamentos equivalentes dos subsistemas Sul, Nordeste e Norte atinjam valores inferiores aos verificados em 2014, ano mais crítico do histórico recente. O subsistema Sudeste/Centro-Oeste deve alcançar armazenamento próximo ao verificado naquele ano.
Dessa forma, o CMSE reiterou a importância de viabilização de recursos adicionais de usinas termelétricas que se encontram no momento operacionalmente disponíveis, porém sem combustível. Assim, o Comitê encaminhará correspondência à Petrobras solicitando gestão da empresa no sentido de viabilizar o fornecimento de combustível a essas usinas.
- Análise de Risco: O risco de qualquer déficit de energia em 2017 é igual a 0,0% para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste considerando a configuração do sistema do PMO de outubro de 2017.
- Operação Hidráulica do Rio São Francisco: O ONS informou que a vazão defluente da UHE Xingó foi reduzida no dia 18 de setembro para 560 m³/s e, a partir de 2 de outubro, para 550 m³/s, conforme autorizado pela Resolução ANA nº 1.291, de 17 de julho de 2017, e pela Autorização Especial Ibama nº 12/2017, enquanto a vazão defluente da UHE Sobradinho permanece no valor de 580m³/s. O Grupo de Acompanhamento da Operação dos Reservatórios do Rio São Francisco, coordenado pela ANA, após informação dos usuários limitantes de reduções de defluência, acordou em sua última reunião, realizada em 2 de outubro, pela redução da defluência da UHE Sobradinho para 550 m³/s a partir de 9 de outubro.
O ONS apresentou as simulações atualizadas de expectativa de armazenamento nas UHEs Três Marias e Sobradinho ao longo do período seco, utilizando os piores cenários de afluências verificados no histórico, que têm se aproximado da realidade vivenciada atualmente. Os resultados apontam para o atingimento dos níveis de armazenamento, ao final do período seco, em novembro de 2017, de 4,2% na UHE Três Marias e de 0,0% na UHE Sobradinho.
Com base nos resultados apresentados pelo ONS para diferentes cenários de período úmido, o CMSE reiterou a importância de que sejam adotadas medidas necessárias para preservação dos estoques dos reservatórios das usinas hidrelétricas do Rio São Francisco, a fim de proporcionar segurança hídrica para a bacia no próximo ano.
- Expansão da Geração e Transmissão: A Secretaria de Energia Elétrica – SEE/MME relatou que, em setembro, entraram em operação comercial 731,9 MW de capacidade instalada de geração, 166 km de linhas de transmissão e conexões de usinas na Rede Básica e 480 MVA de transformação na Rede Básica. Assim, a expansão do sistema no ano 2017, até o mês de setembro, totalizou 4.721,5 MW de capacidade instalada de geração, 1.743,9 km de linhas de transmissão de Rede Básica e conexões de usinas e 9.954 MVA de transformação na Rede Básica. Destaque para a entrada em operação comercial de unidades geradoras – UGs de diversos empreendimentos eólicos, totalizando 398,1 MW, além da entrada em operação comercial de UGs da usina fotovoltaica Pirapora, em Minas Gerais, no total de 121,9 MW de capacidade instalada.