Metrô DF utiliza placa solar em estação
Da Redação, de Brasília (Com apoio da NT Expo) —
Até o final de outubro será finalizada a instalação de placas fotovoltaicas, que convertem a luz solar em energia elétrica, na cobertura da estação de metrô Guariroba, em Ceilândia, Distrito Federal. “A Estação Guariroba será a quarta no mundo totalmente autossuficiente em termos de energia elétrica e Brasília passa a ser um exemplo na América Latina. Será, também, um espaço para que estudantes de várias universidades do DF e de outras unidades da federação possam acompanhar e estudar o funcionamento dessa estação, a primeira ambientalmente sustentável do Distrito Federal”, comentou o diretor-presidente do Metrô-DF, Marcelo Dourado.
A ideia é, a médio prazo, reduzir os custos de energia elétrica. A energia solar alimentará a iluminação, sinalização, o interior da estação e também os trilhos dos trens. Os esforços para a expansão de linhas de metrô e trens em todo o Brasil seguem em passos lentos, impactados ainda pela crise econômica sofrida nos últimos anos. Entretanto, as operadoras do transporte metroviário para passageiros estão alcançando resultados positivos em projetos que prezam a manutenção do sistema, em especial, os que contemplam ganhos de eficiência energética.
O Metrô DF pretende utilizar a energia solar para alimentar a iluminação, sinalização, toda a parte interna da estação e também para parte dos trilhos por onde trafegam os trens. As placas em Guariroba aproveitam a energia gerada pelo sol em complementação aos sistemas tradicionais de geração de energia elétrica, especialmente as usinas hidrelétricas e termelétricas, o que reduzirá, a médio prazo, os custos de energia elétrica. Com uma via de 42,38 km de extensão, o Metrô-DF conta com uma frota de 32 trens que transportam uma média de 150 mil passageiros por dia.
Segundo dados do balanço anual da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros Sobre Trilhos (ANPTrilhos), os operadores de transporte de passageiros sobre trilhos consumiram 1,8 GWh de energia elétrica no ano de 2016. Esse número representa a redução de 1,2% no consumo, sendo que a maior parcela desse ganho está na energia elétrica demandada para a tração, ou seja, para a movimentação dos trens. A renovação da frota com a utilização de motores de corrente alternada propicia uma redução significativa no seu consumo de energia elétrica de tração.
Além do Metrô-DF, outro exemplo de operadora que está trabalhando com foco no investimento em aprimoramento é da Trensurb, responsável pelas linhas de trens urbanos no eixo norte da região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. “Estamos modernizando as estações, com geração de energia fotovoltaica e promovendo mudanças no sistema de sinalização e a troca de lubrificantes para evitar degradar o meio ambiente. Todos os investimentos estão orientados à manutenção e aprimoramento dos sistemas operacionais vigentes para ganhar eficiência”, afirmou o diretor da ANPTrilhos e assessor da presidência da Trensurb, José Claudio Sicco.
Sicco participou recentemente de um encontro entre operadores e a cadeia de fornecedores de equipamentos e serviços, promovido pela ANPTrilhos e a NT Expo, em São Paulo (SP). Na mesma ocasião, o chefe do núcleo de cooperação técnica do Metrô de São Paulo, Conrado Grava de Souza, também comentou sobre a redução do consumo de energia com a aquisição de novos vagões. “Fizemos grandes investimentos nos últimos anos, em que renovamos a frota de vagões, o que provocou a economia de aproximadamente 30% no consumo de energia da companhia, compramos outros 33 novos trens e realizamos melhorias nas estações”, disse Souza.