Moderação no PLD reflete preocupação com hidrologia
Da Redação, de Brasília (Com apoio da CCEE) —
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE informou que o Preço de Liquidação das Diferenças – PLD para o período entre 28 de outubro e 3 de novembro nos submercados Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte permanece fixado em R$ 533,82/MWh, valor máximo estabelecido pela Aneel para o ano.
Em outubro, as afluências previstas para o Sistema devem fechar em 64% da Média de Longo Termo – MLT, abaixo da média para todos os submercados. Para novembro, a expectativa é de ENAs em 72% da MLT, com índices acima da média apenas no Sul (112%). As afluências devem permanecer abaixo da média no Sudeste (72%), Nordeste (22%) e Norte (40%).
Já a expectativa de carga para o SIN, na próxima semana, deve ficar em torno de 1.520 MWmédios mais baixa com expectativa de aumento apenas no Nordeste (+110 MWmédios). São esperadas reduções de carga no Sudeste (-1.125 MWmédios), Sul (-395 MWmédios) e Norte (-110 MWmédios).
Os níveis dos reservatórios do Sistema ficaram cerca de 870 MWmédios mais baixos frente à última previsão, com reduções no Sudeste (-610 MWmédios), Sul (-360 MWmédios) e Norte (-100 MWédios. Há a expectativa de elevação de 210 MWmédios nos níveis dos reservatórios do Nordeste.
O fator de ajuste do MRE previsto para outubro é de 61,7% e o índice para novembro é esperado em 64,9%. A previsão de Encargos de Serviços do Sistema – ESS para outubro é de R$ 11,5 milhões, montante referente à restrição operativa. Já para novembro, a previsão é nula.
Os custos decorrentes do descolamento entre o CMO e o PLD, que remuneram as usinas que são despachadas por ordem de mérito, estão acima do preço máximo e são estimados em R$ 70 milhões para outubro e em R$ 102 milhões para o próximo mês.
Consumo sobe em outubro
Dados preliminares de medição coletados entre os dias 1º e 24 de outubro indicaram aumento de 2,4% no consumo e de 1,8% na geração de energia elétrica no país, na comparação com outubro de 2016. As informações constam da mais recente edição do boletim InfoMercado Semanal Dinâmico, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, que traz dados prévios de geração e consumo de energia, além da posição contratual líquida atual dos consumidores livres e especiais.
A análise indica que, em outubro, o consumo de energia no Sistema Interligado Nacional – SIN somou 61.268 MW médios, aumento de 2,4% na comparação com o consumo no mesmo período do ano passado. No Ambiente de Contratação Livre – ACL, no qual as empresas compram energia diretamente dos fornecedores, o boletim aponta elevação de 9,8% no consumo, índice que já leva em conta as novas cargas de consumidores vindas do mercado cativo (ACR). Sem a presença da migração dessas cargas na análise, o ACL teria retração de 3% no consumo.
Já a energia consumida no Ambiente de Contratação Regulado – ACR (cativo), no qual os consumidores são atendidos pelas distribuidoras, ficou praticamente estável (-0,3%), índice que reflete a migração de consumidores para o mercado livre (ACL). Haveria alta de 4,5% no consumo, caso tal movimento de mercado fosse desconsiderado na análise.
Dentre os ramos da indústria avaliados pela CCEE, incluindo dados de autoprodutores, varejistas, consumidores livres e especiais, os setores de veículos (+8,1%), saneamento (+3,9%) e têxtil (+2,9%) registraram incremento no consumo, mesmo quando a migração é desconsiderada. Os maiores índices de retração, nesse mesmo cenário, pertencem aos segmentos químico (-6,6%), de bebidas (-5,4%) e extração de minerais metálicos (-4,6%).
Em outubro, a geração de energia no Sistema totalizou 62.957 MW médios, montante 1,8% superior à produção em 2016. O crescimento é impulsionado pelo incremento de 24,4% na geração das usinas térmicas e de 34,6% das eólicas. A geração hidráulica, que inclui grandes e Pequenas Centrais Hidrelétricas, foi 10% inferior à realizada no mesmo período do ano passado.
O InfoMercado Semanal Dinâmico também apresenta estimativa de que as usinas hidrelétricas integrantes do Mecanismo de Realocação de Energia – MRE gerem, em outubro, o equivalente a 62,5% de suas garantias físicas, ou 37.784 MW médios em energia elétrica. Para fins de repactuação do risco hidrológico, o percentual foi de 68,7%.