Parente: plano valoriza energias alternativas
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que a empresa em breve anunciará a revisão do plano estratégico e este trará novas iniciativas na área de energias alternativas. A esse respeito, o executivo citou o uso de gás na produção. “O gás polui menos que os demais derivados do petróleo”, disse, em entrevista à GloboNews, minutos atrás.
Quanto ao leilão de áreas do pré-sal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, ocorrido nesta sexta-feira, 27 de outubro, o executivo relatou que está satisfeito com a participação da empresa. “Não poderíamos nos dar ao luxo de não continuar procurando novas áreas”, relatou. “Temos que priorizar o que garante o nosso futuro.”
No que se refere ao campo de Peroba, o executivo disse que possui grande potencial de existência de óleo. “Foi um dos maiores ágios oferecidos. Nós quisemos participar da oferta neste campo com excelentes parceiros. Novas áreas vão ajudar a empresa a voltar aos trilhos. A Petrobras é uma empresa que está para ficar e ter uma sustentabilidade e sobrevivência pelo resto dos tempos”, afirmou.
“Uma empresa petrolífera precisa constantemente encontrar novos reservatórios, porque, à medida que produz, os reservatórios se reduzem.” Ainda a esse respeito, ele lembrou que um campo na área do pré-sal em geral se desenvolve em uma faixa de prazo de sete anos. “O prazo de desenvolvimento é de sete a dez anos, com exploração por 30 anos… O investimento está dentro da visão do que precisamos para dar um retorno adequado aos acionistas.” O executivo também ressaltou que todos os investimentos estão dentro dos limites aprovados no plano financeiro.
A ANP vendeu em sistema de partilha a área de Peroba, na Bacia de Santos, para o consórcio operado pela Petrobras (40%) em parceria com a chinesa CNODC (20%) e BP (40%). O óleo excedente oferecido foi de 76,96%, frente ao mínimo de 13,89% definido pelo governo. O bônus de assinatura da área foi previamente determinado em R$ 2 bilhões.
A Petrobras levou ainda a área de Sapinhoá, na Bacia de Santos, em consórcio com Repsol Sinopec (25%) e Shell (30%). O óleo excedente oferecido foi de 80%, frente ao mínimo de 10,34% definido pelo governo. O bônus de assinatura da área foi previamente determinado em R$ 200 milhões.
A petroleira ficou também com a área de Alto de Cabo Frio Central, na Bacia de Campos. O consórcio é formado pela Petrobras (50%), em parceria com a BP (50%). O óleo excedente oferecido foi de 75,86%, frente ao mínimo de 21,38% definido pelo governo. O bônus de assinatura da área foi previamente determinado em R$ 500 milhões.
Opinião de Meirelles
A frustração na arrecadação com o leilão de áreas do pré-sal nesta sexta-feira, 27 de outubro, foi considerada “um processo normal” pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Ele disse ainda que o saldo é positivo do ponto de vista do Orçamento de 2017, considerando o ágio obtido pelo governo nos recentes leilões de hidrelétricas e de blocos de exploração de petróleo pelo regime de concessões, realizados em setembro.
“Existem leilões que dão resultado um pouquinho melhor, outros que dão resultado pior. O leilão anterior deu resultado bem melhor do que o esperado, aqueles leilões de hidrelétricas e de petróleo foram melhores em mais de R$ 3 bilhões. Este foi mais de R$ 1 bilhão abaixo do esperado”, disse Meirelles após almoço com o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, na residência oficial em Vila Velha, município da Grande Vitória.
As 2ª e 3ª Rodadas de Partilha de Produção foram realizadas hoje, mas duas áreas não foram arrematadas, o que reduziu a arrecadação do governo para R$ 6,15 bilhões, abaixo da expectativa, que era de R$ 7,75 bilhões.
“É normal de leilões, alguns superam estimativa, outros não superam, mas se nós somarmos o que já foi feito, o saldo ainda é positivo, apesar desse resultado um pouco abaixo do esperado”, reforçou o ministro.
No leilão das usinas hidrelétricas, o governo esperava R$ 11 bilhões, mas arrecadou R$ 12,13 bilhões. Já na concessão das áreas de petróleo na 13ª Rodada, realizada em setembro, as outorgas somaram R$ 3,842 bilhões, contra expectativa de cerca de R$ 500 milhões.