Tradener sugere desmembrar Eletrobras
Da Redação, de Brasília (Com apoio da Tradener) —
O presidente da comercializadora Tradener, Walfrido Avila, defendeu o desmembramento societário da holding Eletrobras no processo de privatização. Ele acredita que uma privatização descentralizada da empresa será mais eficiente para a economia, aumentará o nível de competição e se tornará mais benéfica para a sociedade.
Ele lembrou que o próprio ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, afirmou recentemente que tem expectativa que a proposta de privatização da Eletrobras poderá ser aprovada no Senado até março do ano que vem.
Para Avila, o projeto de privatização deveria priorizar o mercado e não o governo. “Por isso defendo uma privatização da Eletrobras desmembrada, que quebre monopólios, traga para o mercado um volume de novas empresas para fomentar a concorrência e nos colocar num patamar de modernidade e avanço com o resto do mundo”, defendeu. Ele entende que a privatização da maior estatal do mercado energético do país é uma grande oportunidade de abertura e crescimento para o mercado nacional.
Hoje, a participação do governo na empresa é de 60%, que pretende-se reduzir para algo em torno de 40%. Walfrido Avila ainda acredita que a privatização da Eletrobras é um passo importante para a abertura e o crescimento do mercado de energia no Brasil, mas argumentou o processo de desestatização não pode ocorrer sem planejamento. “Não é vendendo ações que o governo conseguirá um ganho de mercado, mas repartindo essa gigante no maior número de empresas possível e colocando todas elas sob o comando da administração privada. Não adianta destruir um monopólio estatal e criar um novo monopólio privado, o mercado continuará refém de uma situação de atraso”, frisou.
De acordo com o empresário, pioneiro no mercado de energia livre (a Tradener foi a primeira comercializadora a operar no Brasil), “qualquer monopólio de infraestrutura prejudica a economia e o mercado brasileiro, porque gera concentração e excesso de poder. Não podemos correr o risco de ter uma empresa desse porte privatizada e recorrendo ao governo para editar leis, resoluções e portarias que beneficiem um grupo restrito. O mercado brasileiro deve seguir o exemplo do resto do mundo, onde os mercados mais evoluídos trabalham justamente ao contrário, pela quebra dos monopólios e pela desconcentração de mercados”. Ele lembrou que a Eletrobras detém 40% do setor elétrico no país.
Sobre o mercado livre de energia, Walfrido não vê nenhum problema com a privatização da empresa, pelo contrário, ele enxerga uma excelente oportunidade de crescimento: “se o mercado de energia cresce no Brasil, o mercado da energia livre acompanha. Perceba que uma Eletrobras dividida em 100 empresas, nos traria 100 novas estruturas de administração e negócios dentro do Brasil. Um salto magnífico para a evolução que tanto trabalhamos para alcançar nesse setor”, finalizou.