Chuvas levam CCEE a rever projeção do PLD
Da Redação, de Brasília (Com apoio da CCEE) —
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE apresentou nesta segunda-feira, 29 de janeiro, uma análise do comportamento do Preço de Liquidação das Diferenças – PLD de janeiro e início de fevereiro. A manutenção do cenário hidrológico positivo no começo de 2018 reduz as projeções do preço, no Sudeste, para R$ 127/MWh ao longo do ano.
“As afluências bastante positivas nas duas primeiras semanas de janeiro, principalmente no Sudeste/Centro-Oeste e no Sul, contribuíram de forma significativa para a redução do PLD em todos os submercados do Sistema. Mesmo com a redução das precipitações, na terceira e quarta semanas de janeiro, as ENAs mantiveram índices positivos e confirmaram o bom cenário hidrológico para o período úmido de 2018”, afirmou o gerente de preços da CCEE, Rodrigo Sacchi.
A previsão indica que as afluências permaneçam próximas à média histórica, em fevereiro, no Sudeste (87%), acima da MLT no Sul (154%), mas ainda bem abaixo da média no Nordeste (28%). A situação do Norte, quando comparada a janeiro, é bastante similar com as ENAs esperadas em 68% da média histórica.
O cenário positivo de janeiro também impactou de forma expressiva os níveis dos reservatórios do SIN com destaque para o Sudeste, principal bacia do país, com índices em 30,7%, reenchimento de 8,2% frente aos números de janeiro. Sacchi destaca ainda que o armazenamento no Sul foi de 22p.p., o que elevou os níveis dos reservatórios na região a 79,2%. Os índices também subiram no Nordeste (+4,8%) e no Norte (+7,3%) com a energia armazenada atingindo 17,6% e 30,6%, respectivamente.
“Quando analisamos as projeções do PLD, dentro desse cenário positivo de hidrologia, observamos uma tendência de queda para os próximos meses, o que deve levar a média anual no Sudeste/Centro-Oeste à casa de R$ 127/MWh, valor bem abaixo dos PLDs médios dos últimos anos”, destaca. Segundo o executivo, é possível que ao final do período úmido, em abril e maio, o PLD fique abaixo dos R$ 90/MWh, voltando a subir apenas no início do segundo semestre de 2018.
O fator de ajuste do MRE esperado para 2018 deve ficar em 89,4% com índices em 106,9% em janeiro e 120,2% em fevereiro. A projeção do MRE referente à repactuação do risco hidrológico, que leva em conta a sazonalização “flat” da garantia física, deve alcançar 90,8% no primeiro mês do ano e 99,9% em fevereiro.
Já o impacto financeiro da análise do MRE, em um cenário hipotético de 100% de contratação, deve ficar em R$ 7 bilhões para 2018, sendo R$ 5 bilhões referentes ao Ambiente de Contratação Regulada – ACR e R$ 2 bilhões ao Ambiente de Contratação Livre – ACL.
Os Encargos de Serviços do Sistema – ESS, em janeiro, devem ficar em R$ 157 milhões e em R$ 82 milhões para fevereiro. O custo decorrente do descolamento entre o CMO e o PLD é previsto em R$ 70 mil em janeiro e R$ 30 mil para fevereiro.