Paulo Pedrosa: tranquilo e consciente do dever cumprido
Maurício Corrêa, de Brasília —
O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, não está nada preocupado com o que andam falando a seu respeito nos últimos dias.
Este site tentou entrevistá-lo, mas foi informado que ele tirou o final de semana para viajar a Assunção, no Paraguai, uma cidade pela qual tem especial carinho, pois nela passou boa parte da adolescência, quando seu pai trabalhou na embaixada brasileira. O seu retorno a Brasília está previsto para esta segunda-feira, 26 de fevereiro, à tarde.
Pedrosa está rigorosamente mergulhado em relação à mídia e apenas acompanha o noticiário que o envolve, inclusive aqueles que citam o seu nome como sucessor do atual ministro Fernando Coelho Filho. Este, nas próximas semanas, deverá renunciar por necessidade de desincompatibilização e obediência a lei eleitoral.
Entretanto, este site apurou que, em conversas reservadas recentes com amigos, antes da viagem ao Paraguai, quando começaram a surgir na imprensa os comentários que o davam como futuro ministro de Minas e Energia, Pedrosa deixou algumas questões claras. Por exemplo: o seu perfil não é o de alguém que faz o possível e o impossível para aparecer.
“Se apareço é pela qualidade do meu trabalho e não porque preciso aparecer para que alguém se lembre de mim para alguma coisa. Não é assim que vejo a vida. Tenho sido assim desde que comecei a trabalhar e não seria agora, na idade madura, que mudaria a minha maneira de ser”, disse a um amigo.
Para a mesma pessoa, ele esclareceu que não faz qualquer esforço para aparecer. “Não crio constrangimento algum ao ministro Fernando, pelo qual tenho absoluto respeito e orgulho de integrar a sua equipe. Sempre trabalhei de forma absolutamente disciplinada, com plena consciência do meu papel de secretário-executivo dentro da estrutura do MME. Não sou candidato a nada, ou melhor, sou candidato apenas a cumprir as minhas tarefas na Secretaria-Executiva com responsabilidade e correção. Mente quem diz que sou candidato a ministro”, afirmou à mesma fonte.
Nessa mesma conversa com um amigo de muito tempo, Paulo Pedrosa deixou claro que não quer ser azeitona de ninguém na futura gestão do MME. “Não fico para ser azeitona na empada de ninguém. Ponto pacífico. Meu compromisso é com o ministro Fernando Coelho Filho. No momento em que ele sair, deixo a Secretaria-Executiva imediatamente, pois não vou carregar nas costas alguém com quem eventualmente não tenha afinidade de trabalho. Tenho uma parceria sólida com o atual ministro, da qual me orgulho”.
Este site também apurou com outras fontes que ele tem a consciência do “dever cumprido” em relação à agenda do MME. “Não é verdade que não entregamos aquilo que prometemos. Também não é verdade que desistimos de resolver a questão do GSF. O que ocorre é que uma parte importante do mercado quer jogar o risco hidrológico para que seja pago pelos consumidores. Ora, entendemos que é até possível expurgar uma pequena parte do Risco Governo que existe dentro do risco hidrológico, mas este é uma responsabilidade dos geradores”.
Ao seu círculo de amigos, ele também manifestou que a proposta do novo modelo, embora ainda esteja sendo avaliada pela Casa Civil da Presidência da República, não corre qualquer perigo de não tramitar no Congresso, até porque será anexada à proposta do PL 1917, de 2015, cuja relatoria está com o deputado Fábio Garcia.
Em relação à privatização do Sistema Eletrobras, Pedrosa lembrou a pessoas do seu relacionamento que a questão foi e tem sido exaustivamente discutida com o Ministério da Fazenda e que esse item da pauta do MME se transformou num item de muita relevância da própria Fazenda e do País.
Foi apurado que ele está totalmente sintonizado com o secretário-executivo da Fazenda, Eduardo Guardia, que já recebeu manifestação do próprio Pedrosa, indicando quais são as suas intenções em relação ao seu futuro no MME. Guardia, segundo Pedrosa comentou com amigos, é um fiador do processo de privatização do Sistema Eletrobras no Ministério da Fazenda.
“Não estou atrás de cargos. Enganam-se aqueles que pensam assim. Entendo que qualquer pessoa tem o direito legítimo de pleitear o que considera melhor para si e comigo não é diferente. Mas isto é muito diferente de ficar por aí, nos bastidores, tramando e fazendo intrigas para garantir alguma coisa. Eu e a minha equipe temos a plena consciência que fizemos um bom trabalho, importante para o País, e que a nossa missão está cumprida. A minha preocupação sempre foi sair do MME maior do que entrei. E isso, estou absolutamente convencido, é o que está acontecendo”, declarou a amigos.