Furnas fecha 2017 com lucro de R$ 1,4 bi
Da Redação, de Brasília (Com apoio de Furnas) —
A geradora estatal Furnas apresentou um resultado financeiro positivo ao final de 2017, reflexo da implantação de ações estratégicas e operacionais, que garantiram liquidez de caixa e lucro líquido de R$ 1,4 bilhão. Para Jenner Guimarães, diretor de Finanças da empresa, os números conquistados no ano passado reforçam uma perspectiva de fortalecimento econômico–financeiro para a companhia.
“Mesmo com um cenário econômico desafiador, a partir de 2016, voltamos a apresentar bons resultados e fechar nosso balanço com números positivos, indicando uma trajetória de recuperação. Isso é fruto da nossa busca pela autossustentabilidade de Furnas, que passa por uma mudança cultural para redução de despesas e aumento de receita”, ressalta o diretor.
Entre os itens que contribuíram para o lucro em 2017 estão: o recebimento integral dos créditos assumidos pelo Tesouro Nacional, no âmbito da Lei 8.727/93; a renegociação de contratos de financiamento visando ao alongamento do perfil da dívida; Implantação do Programa Orçamento Base Zero – OBZ, que alterou a metodologia de formulação do processo orçamentário e contribuiu para identificar oportunidades de redução de custos e despesas de pessoal, material, serviços e outros (PMSO); reestruturação organizacional, com redução de cargos gerenciais e abertura de plano de incentivo à aposentadoria.
Entre os exercícios de 2016 e 2017, houve crescimento de 12% na Receita Operacional Bruta de Geração e aumento de 182% em Outras Receitas, frente à redução de 71% na de Transmissão (efeito do reconhecimento de receita da RBSE em 2016). Já a receita do segmento Geração em 2017 foi de R$ 5.193 milhões, superior à de 2016, de R$ 4.653 milhões.
A Receita Operacional Bruta consolidada em 2017 foi de R$ 9.836 milhões, o que representa redução de 52% em relação ao exercício anterior (R$ 20.425 milhões), causado pelo efeito do reconhecimento total, em 2016, da receita de transmissão da RBSE no montante de R$ 14.031 milhões. No entanto, desconsiderando-se esse efeito, houve acréscimo de receita em 2017, devido à Receita de Geração (energia vendida no ambiente de contratação livre – ACL) e Receita de Transmissão (parcela da remuneração financeira da RBSE, bem como pelo reconhecimento, por parte da Aneel, dos reforços e melhorias no sistema de transmissão).
O Ebitda também foi influenciado pelo reconhecimento da totalidade da receita extraordinária da RBSE em 2016. A Furnas registrou Ebitda de R$ 3.185 milhões, representando um decréscimo de 79% em relação ao obtido no exercício anterior.
Algumas ações implementadas pela geradora, em 2017, foram determinantes para que a empresa apresentasse bom desempenho no período. Foram elas:
- Reestruturação Organizacional: redução de cargos gerenciais, resultando na economia anual de R$ 12 milhões, e realização de plano de aposentadoria incentivada com desligamento de 628 empregados.
- Orçamento Base Zero: foco no controle de despesas com previsão de economia anual de R$ 175 milhões a partir de 2018. Esforços em 2017, na fase de implantação, levaram à redução de R$ 10,9 milhões.
- Programa Rumo ao Gap Zero: órgãos de governança da Empresa comprometidos na eliminação de qualquer não conformidade de gestão e controle, conforme exigências da Lei Sarbanes-Oxley (SOx).
- Eficiência Operacional: modernização e automação de instalações de transmissão com a teleassistência de subestações.
- Implantação do ERP e CSC do Grupo Eletrobras: aumento da sinergia e da escalabilidade das Empresas do Grupo, tendo Furnas como referência.
- Racionalização da Gestão das SPEs: consolidação em Holdings das participações acionárias de Furnas, a partir de estrutura organizacional mais enxuta e centralizada, com foco em melhores resultados para os acionistas.
- Antecipação de Obras: operação antecipada em 2 meses da LT Xingu-Estreito (2.092 km), com capacidade de transmitir 4.000 MW, gerando receita adicional de R$ 98 milhões. A UHE São Manoel (700 MW), energia suficiente para abastecer uma cidade com 2,5 milhões de habitantes, entra em operação comercial com dois meses de antecedência.