PLD sobe 41% e vai a R$ 305,96 no SE e Sul
Da Redação, de Brasília (Com apoio da CCEE) —
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE informou que o Preço de Liquidação das Diferenças – PLD para o período entre 05 e 11 de maio foi fixado em R$ 305,96/MWh nos submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul, aumento de 41% frente ao valor da última semana. No Nordeste e no Norte, os preços permaneceram os mesmos da semana anterior, em R$ 154,51/MWh e R$ 40,16/MWh, respectivamente.
Os preços seguem desacoplados, uma vez que os limites de envio de energia do Norte para os demais submercados são atingidos, bem como os de recebimento do Nordeste.
A previsão de afluências para o Sistema, em maio, registra reduções e fica abaixo da média histórica em todos os submercados: Sudeste (81%); Sul (49%), Nordeste (37%) e Norte (88%).
Já a carga esperada para os próximos sete dias deve ficar em torno de 1.175 MWmédios superior à carga estimada na semana passada com elevação no Sudeste (+676 MWmédios) e no Sul (+ 498 MWmédios). Nos demais submercados, a carga não sofreu alterações.
Os níveis dos reservatórios do SIN ficaram cerca de 2.225 MWmédios mais baixos frente à expectativa anterior com elevação verificada apenas no Nordeste (+165 MWMedios). No Sudeste (-1.630 MWmédios), Sul (-645 MWmédios) e Norte (-110 MWmédios), os níveis dos reservatórios registram queda.
O fator de ajuste do MRE previsto para maio foi revisto de 88% para 88,7%. A previsão de Encargos de Serviços do Sistema – ESS para o mês é de R$ 61 milhões, maior parte desse montante referente à restrição operativa.
PLD médio anual de R$ 195/MWh
Um pouco antes de divulgar o PLD da semana, a CCEE informou que no Sudeste/Centro-Oeste, principal submercado do Sistema, o preço médio para 2018 deve ficar em R$ 195/MWh.
“O PLD médio no Sudeste para o ano está um pouco mais baixo do que previsto no último boletim, mas identificamos uma tendência de elevação para os próximos meses, com o preço chegando a R$ 250/MWh em junho e julho. Em agosto, porém, o PLD deve voltar a cair”, destaca Camila Giglio, da gerência de preços da CCEE.
A expectativa de afluências para maio apresenta índices bastante similares aos registrados em abril, exceto no Sul onde as ENAs devem ficar em 62% da média histórica, abaixo dos 94% do último mês. As afluências estão previstas em 88% da MLT no Sudeste, 43% no Nordeste e em 110% no Norte, única projeção acima do índice registrado em abril.
O cenário hidrológico próximo à média nos principais submercados do SIN, nos primeiros meses do ano, ainda impacta positivamente nos níveis dos reservatórios em todos os submercados, com exceção ao Sul, que apresentou queda de 5p.p. nos níveis. A recuperação é bastante significativa (+4,5p.p.) no Nordeste, com os níveis chegando a 40,8%. No Norte, os níveis chegaram a cerca de 69%, alta de 3,1p.p. frente aos índices de março. Na região Sudeste, onde está localizada a principal bacia do país, houve reenchimento de 1,8 p.p. com os níveis chegando a 44% ao final de abril.
Já a expectativa para o fator de ajuste do MRE em 2018 foi revista para 85,9%, com índices em 99,6% em abril e em 88% em maio. Quando a projeção do MRE é ligada à repactuação do risco hidrológico, que considera a sazonalização “flat” da garantia física, aponta índices de 88,6% em abril e 82% para maio.
O impacto financeiro da análise do MRE, em um cenário hipotético de 100% de contratação da garantia física, permanece na casa de R$ 13 bilhões para o ano, sendo R$ 9 bilhões referentes ao Ambiente de Contratação Regulada – ACR e R$ 4 bilhões ao Ambiente de Contratação Livre – ACL.
Os Encargos de Serviços do Sistema – ESS devem alcançar R$ 354 milhões em abril, impactados pela menor geração eólica e necessidade de acionamento de térmicas. Para maio, a expectativa é de encargos na ordem de R$ 84 milhões.
Consumo aumenta 3,6% em abril
Dados preliminares de medição coletados entre os dias 1º e 30 de abril apontaram aumento de 3,6% no consumo e de 4,2% na geração de energia elétrica no país, na comparação com o mesmo período do ano passado. As informações são do boletim InfoMercado Semanal Dinâmico, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, que traz dados prévios de geração e consumo de energia, além da posição contratual líquida atual dos consumidores livres e especiais.
A análise indica que o consumo de energia no Sistema Interligado Nacional – SIN, ao longo de abril, foi de 61.744 MWmédios, índice 3,6% superior ao registrado em abril de 2017, quando as temperaturas observadas no período foram mais amenas quando comparadas as deste ano.
No Ambiente de Contratação Regulado – ACR (cativo), no qual os consumidores são atendidos pelas distribuidoras (onde estão inseridos os consumidores residenciais, comerciais, indústrias, rurais, serviços, iluminação pública e outros), o consumo foi 1,1% superior, já considerando na análise as cargas de consumidores que migraram para o mercado livre (ACL). Haveria incremento de 2,8% no consumo, caso a migração não fosse considerada.
O consumo no Ambiente de Contratação Livre – ACL, no qual as empresas compram energia diretamente dos fornecedores (com consumidores de atividade industrial/comercial/serviços), cresceu 9,6% em abril, índice que engloba as cargas oriundas do ACR na análise. O consumo seria 5,5% superior, se o impacto da migração não fosse levado em conta.
Dentre os ramos da indústria avaliados pela CCEE, incluindo dados de autoprodutores, varejistas, consumidores livres e especiais, os setores de veículos (+15,9%), bebidas (+11,6%) e alimentício (+8,8%) registraram aumento no consumo, mesmo sem o impacto da migração na análise, enquanto apenas o segmento de serviços (-1,2%) apresentou retração no consumo dentro do mesmo cenário.
Já a geração de energia, ao longo de abril, atingiu 65.175 MWmédios, índice 4,2% superior ao registrado no ano passado. A produção das usinas hidráulicas, incluindo as Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCHs, cresceu 10,1% e das usinas eólicas 2,8%. As térmicas, por outro lado, registraram queda de 19,2% na produção de energia no período.