Menel, do Fase: urgente resolver GSF
Maurício Corrêa, de Brasília —
O presidente do Fórum das Associações do Setor Elétrico (Fase), Mário Menel, está muito preocupado com a dificuldade para se encontrar uma solução de caráter definitivo quanto ao risco hidrológico (GSF). Nas suas contas, o rombo do GSF deverá bater em torno de R$ 13 bilhões no final deste ano, aumentando os efeitos perversos para o setor elétrico brasileiro como um todo.
Para Menel, a questão torna-se mais crítica na medida em que eventuais investidores estrangeiros que estejam interessados em ingressar no País ou aumentar as suas atuais posições de investimento possam colocar entre as suas dúvidas o fato de o mercado brasileiro não oferecer liquidez. Esse pode ser um dos motivos, na sua avaliação, que justifica as razões pelas quais estejam sendo atraídos para o Brasil investidores de países que tem uma aversão ao risco diferenciada, como a China por exemplo. “A liquidez do mercado, sem dúvida, é um risco a mais para os investidores”, afirmou Menel.
Nesse contexto de preocupações, ele destacou ainda o fato de o senador Romero Jucá ter se desligado da liderança do Governo na Casa. “Ele tem uma enorme capacidade de negociação e agora não sabemos como ficará”, salientou, lembrando que Jucá foi o terceiro congressista a pegar a relatoria de um projeto de privatização de distribuidoras que hoje estão operacionalmente sob a responsabilidade da Eletrobras, no qual foi embutida uma tentativa de solução para o GSF.
Para Menel, a privatização dessas distribuidoras poderá até ser feita mesmo que o Senado não avalie o projeto. O executivo, entretanto, frisou que o mesmo não pode acontecer com o GSF. A sua perplexidade maior reside no fato que não existem pendências a respeito de 2/3 dos números do risco hidrológico e, portanto, apenas 1/3 está submetido ao alcance de liminares judiciais.
“A demora na questão do GSF provoca efeitos colaterais perversos, como nas usinas de biomassa, por exemplo. O pagamento delas vem por dentro do mercado de curto prazo, que está travado pelas liminares. Com isso, as usinas não têm incentivo para gerar mais energia pois não recebem”, afirmou o presidente do Fase.