Efeito “Haddad” puxa juros para cima
Os juros futuros abriram em alta no primeiro dia desta semana de reunião do Copom. O avanço das taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) é puxada pelo desconforto do mercado financeiro com o avanço do candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, na pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira, dia 14 de setembro. A valorização do dólar, cuja cotação superou R$ 4,20 no balcão na máxima intraday, retroalimenta o movimento, segundo profissionais.
Às 9h54 desta segunda-feira, 17 de setembro, o DI para janeiro de 2021 apontava 9,980%, abaixo da máxima intraday a 10,03% mas acima dos 9,926% do ajuste de sexta-feira. O dólar futuro (contrato para outubro) reduzia a alta nesse horário e avançava 0,13% aos R$ 4,1845.
O avanço do IBC-Br em julho foi processado pelo mercado sem reação nas taxas. Segundo o Banco Central, o Índice de Atividade Econômica teve alta de 0,57% em julho ante junho, na série com ajuste sazonal, e ficou acima do teto do intervalo captado pelo Projeções Broadcast, que indicava de uma queda de 0,67% e avanço de 0,50% (mediana positiva de 0,10%).
Pesquisa Focus
Os economistas do mercado financeiro ampliaram a previsão para o IPCA – o índice oficial de preços – de 2018. O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 17 de setembro, pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA este ano passou de alta de 4,05% para elevação de 4,09%. Há um mês, estava em 4,15%
A projeção para o índice em 2019 seguiu em 4,11% pela segunda semana consecutiva. Quatro semanas atrás, estava em 4,10%. O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2020, que seguiu em 4,00%. No caso de 2021, a expectativa foi de 3,87% para 3,92%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 4,00% e 3,90%, nesta ordem.
A projeção dos economistas para a inflação em 2018 está dentro da meta deste ano, cujo centro é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 3,0% a 6,0%). Para 2019, a meta é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (de 2,75% a 5,75%). No caso de 2020, a meta é de 4,00%, com margem de 1,5 ponto (de 2,5% a 5,5%). Já a meta de 2021 é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).
No dia 6 de setembro, o Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE) anunciou uma deflação de 0,09% em agosto. Com isso, a inflação no ano até agosto atingiu 2,83%. Em 12 meses, o IPCA subiu 3,64%.
No Focus, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2018 foi de 4,06% para 4,17%. Para 2019, a estimativa do Top 5 foi mantida em 4,10%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 4,16% e 4,20%, respectivamente.
No caso de 2020, a mediana do IPCA no Top 5 permaneceu em 4,00%, valor igual ao verificado há um mês. A projeção para 2021 no Top 5 seguiu em 3,75%, também igual ao visto um mês atrás.
Setembro
Os economistas consultados pelo Focus alteraram a previsão para a inflação em setembro de 2018, de 0,24% para 0,25%. Um mês antes, o porcentual projetado estava em 0,22%.
Para outubro, a projeção subiu de 0,30% para 0,31% e, para novembro, permaneceu em 0,30%. Há um mês, os porcentuais eram de 0,29% e 0,30%, respectivamente.
No Focus agora divulgado, a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 3,89% para 3,90% de uma semana para outra – há um mês, estava em 3,67%.
Preços administrados
O Relatório de Mercado Focus indicou alta na projeção para os preços administrados em 2018. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador este ano passou de avanço de 7,20% para alta de 7,30%. Para 2019, a mediana se manteve em elevação de 4,80%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 7,10% para os preços administrados neste ano e elevação de 4,73% no próximo ano.
As projeções atuais do BC para os preços administrados, no cenário de mercado, indicam elevações de 7,2% em 2018 e 4,6% em 2019. Estes porcentuais foram informados no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado em junho.
IGP-M
O relatório do BC mostrou que a mediana das projeções para o IGP-M de 2018 subiu de 8,25% para 8,71%. Há um mês, estava em 7,87%. No caso de 2019, o IGP-M projetado seguiu em 4,49%, igual ao verificado quatro semanas antes.
Calculados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do câmbio e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.
Projeção do PIB para 2018
A projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano caiu pela quarta vez consecutiva, de 1,40% para 1,36%, conforme o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 17, pelo Banco Central. Há quatro semanas, a estimativa era de crescimento de 1,49%. Para 2019, o mercado manteve a previsão de alta do PIB de 2,50%, igual ao visto quatro semanas atrás.
No fim de julho, o BC reduziu sua projeção para o PIB em 2018, de 2,6% para 1,6%. A instituição atribuiu a mudança na estimativa à frustração com a economia no início do ano.
No fim de agosto, foi a vez de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informar que o PIB cresceu apenas 0,2% no segundo trimestre, em função dos efeitos da greve dos caminhoneiros ocorrida em maio e junho. No primeiro semestre, a alta acumulada foi de 1,0%.
No relatório Focus desta segunda, a projeção para a produção industrial de 2018, porém, subiu de alta de 2,26% para elevação de 2,67%. Há um mês, estava em 2,73%. No caso de 2019, a estimativa de crescimento da produção industrial foi de 2,82% para 3,00%, mesmo patamar de quatro semanas antes.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2018 foi de 54,20% para 54,32%. Há um mês, estava em 54,25%. Para 2019, a expectativa passou de 57,60% para 57,75%, ante os 57,70% de um mês atrás.
Câmbio sobe
O relatório de mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, dia 17, pelo Banco Central (BC), mostrou uma alta no cenário para a moeda norte-americana neste ano e em 2019. A mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano passou de R$ 3,80 para R$ 3,83, ante os R$ 3,70 verificados há um mês.
Já para 2019, a projeção dos economistas do mercado financeiro para o câmbio no fim o ano subiu de R$ 3,70, número igual a quatro pesquisas atrás, para R$ 3,75, no relatório divulgado nesta manhã.