Secex do MME pode ter técnico do PPI
Maurício Corrêa, de Brasília —
Ainda é pura especulação, mas, discretamente, começa a circular nos bastidores de Brasília um nome para ocupar a Secretaria-Executiva do Ministério de Minas e Energia, a partir de 1º de janeiro de 2019. Trata-se de Bruno Eustáquio Ferreira Castro de Carvalho, diretor do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Secretaria-Geral da Presidência da República, onde é responsável pelas propostas de privatização na área de energia. No momento, ele integra a equipe de transição para o futuro governo.
Nem o PPI e nem a equipe de transição oferecem muita visibilidade aos seus integrantes, com exceção dos chefes (Paulo Guedes e Onyx Lorenzoni, por exemplo). Entretanto, dirigentes do setor elétrico que o conhecem são unânimes em manifestar que Bruno Carvalho, se for o caso, reunirá qualificações técnicas suficientes para se tornar um secretário-executivo do almirante Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior, recém-indicado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para ser o titular do MME.
No PPI, além de cuidar diariamente de um tema que é capital para um governo de tendências liberais, no caso a privatização de ativos estatizados na área de energia, Carvalho, embora não seja originário do setor elétrico ou da área de petróleo, conseguiu reunir grande volume de conhecimentos nas áreas de geração e transmissão de eletricidade, além de óleo e gás. Na equipe de transição, está completando o aprendizado de curtíssimo prazo, abarcando outras áreas de interesse do MME. Em outras palavras, estaria apto para dar respostas às questões básicas que integram a agenda do Ministério de Minas e Energia.
Em termos funcionais, ele é um analista de Infraestrutura. Em setembro do ano passado foi nomeado para o PPI. No seu currículo, estão os diplomas em tecnólogo de Meio Ambiente pelo Cefet/MG, Engenharia Civil pela UFMG, mestrado em Engenharia do Ambiente e Recursos Hídricos pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em Portugal.
Ele também fez o mestrado em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos na Universidade de Brasília e tornou-se um especialista em Avaliação Socieconômica de Projetos na Escola Nacional de Administração Pública (Enap). Antes de ser indicado para o PPI, passou pela assessoria da Secretaria-Executiva e Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente e pela Assessoria Técnica da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
Nesta terça-feira, 04 de dezembro, perguntado sobre o perfil para o novo secretário-executivo do MME, mas sem que a pergunta fizesse referência ao nome de Bruno Carvalho, o presidente executivo da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nélson Fonseca Leite, disse que o ideal para o cargo seria alguém que fosse um técnico qualificado e, ao mesmo tempo, uma pessoa muito voltada para o diálogo.
Almirante Bento
Quanto ao futuro ministro, fontes qualificadas do setor energético ouvidas por este site estão muito satisfeitas com a indicação. “Não são apenas os militares que fazem as suas investigações. O setor privado também. E as informações que recolhemos a respeito do almirante Bento são as melhores possíveis”, disse a este site um dos principais dirigentes do setor elétrico brasileiro.
Segundo a mesma fonte, “sendo um militar de carreira, é natural que ele não fosse do conhecimento do nosso setor, a não ser por aquelas pessoas que estão diretamente envolvidas com a energia nuclear, pois, na Marinha, ele era o responsável pelo projeto do submarino nuclear. As informações que nos chegaram, entretanto, nos tranqüilizam bastante em relação ao futuro ministro. Ele é um ótimo executivo, enérgico, organizado, sabe tomar decisões e, além disso, está bastante atualizado quanto aos temas que nos envolvem. Em resumo, acreditamos que o presidente Bolsonaro fez uma ótima escolha e o almirante Bento tem todas as condições para ser um ministro eficiente”, frisou.
Nélson Fonseca Leite, da Abradee, também afirmou que os associados têm grande expectativa em relação ao novo ministro de Minas e Energia. “O almirante Bento conta com um currículo que mostra experiência em vários ramos. Nós, da Distribuição, acreditamos que ele tem competência para formar uma equipe qualificada e manter um diálogo de alto nível com o setor elétrico, da mesma forma como ocorreu nas gestões dos ministros Fernando Coelho Filho e Wellington Moreira Franco”.