Energisa amplia atuação em transmissão
Da Redação, de Brasília (com apoio da Energisa) —
O Grupo Energisa arrematou um lote no maior leilão de infraestrutura realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) nos últimos quatro anos, nesta quinta-feira, em São Paulo. O Grupo levou o lote 4, entre a Bahia e o Tocantins, por R$ 62,8 milhões de receita anual permitida (RAP) frente ao valor máximo estabelecido pela agência, de R$ 116,06 milhões – isso representa um deságio de 45,84%. O empreendimento terá sinergia com a distribuidora Energisa Tocantins. O investimento total previsto pela Aneel no lote arrematado será de aproximadamente R$ 700 milhões, valor que ainda poderá ser otimizado pela Energisa.
O lote 4, com 772 quilômetros, é composto por instalações situadas entre os estados de Tocantins e Bahia, incluindo três linhas de transmissão de 230 kV entre os municípios de Dianópolis, Gurupi, Palmas (TO) e Barreiras (BA), além de duas subestações de 500/230 kV e 150 MVA e 230/138 kV e 200 MVA. A estrutura servirá para escoar a energia proveniente da geração hidráulica e fotovoltaica da região e reforçar a confiabilidade do abastecimento da capital, Palmas. O prazo para conclusão das obras previsto pela ANEEL é de 60 meses, com entrada em operação comercial até março de 2024. A Energisa prevê antecipar a entrada em operação das instalações de transmissão. A agência calcula que a obra gere 1.398 empregos diretos.
“Esta é a nossa quarta incursão no segmento de transmissão e, mais uma vez, conseguimos arrematar um bom lote numa área com grande potencial e com sinergias com as nossas distribuidoras. Nossa estratégia é construir um portfolio de ativos de transmissão com planejamento adequado, que tragam benefícios para o desenvolvimento do mercado que servimos, que é cheio de oportunidades de crescimento”, afirma Maurício Botelho, vice presidente Financeiro do Grupo Energisa.
O executivo acrescenta que a companhia mantém constantemente a disciplina na alocação de capital e nas análises técnica e financeira realizadas para operações como essas. Para o leilão, a companhia firmou pré-contratos de EPCs (Engineering, Procurement and Construction Contracts), em modalidade “full turn key” e em condições adequadas a empreendimentos desta natureza.
O Grupo Energisa entrou no mercado de transmissão no leilão realizado em maio do ano passado pela agência reguladora, quando arrematou dois lotes. Adquirido por R$ 36,7 milhões de receita anual permitida (RAP), o lote 3, em Goiás, tem 272 quilômetros de extensão, e sua entrada em operação comercial está prevista para agosto de 2021. Posicionada numa área estratégica, a estrutura trará benefícios para a distribuidora Energisa Mato Grosso do Sul.
Já o lote 26, no Pará, fica numa área próxima à divisa com Mato Grosso e Tocantins, uma região de fronteira agrícola com alto potencial de desenvolvimento. O lote foi arrematado por R$ 46,3 milhões, e nele estão sendo construídas linhas que somam 592 quilômetros e que deverão entrar em operação comercial em fevereiro de 2022. Somando os dois lotes, o investimento previsto pela ANEEL é de mais de R$ 920 milhões. Este ano, a Energisa adquiriu mais ativos no setor. Desta vez, foi o lote 19, também no Pará, levado por R$ 33,5 milhões de RAP. Ele será interligado ao lote 26, gerando mais sinergias construtivas, operacionais e de manutenção entre os projetos.
Para atuar na área de transmissão, o grupo estruturou, em 2017, uma diretoria específica para tocar os projetos arrematados, que avançam de acordo com o cronograma. “Para executar e operar esses empreendimentos, nós contamos com mais de 100 anos de experiência no setor elétrico e no sucesso que obtivemos transformando distribuidoras e construindo projetos relevantes no setor”, diz o executivo.
Botelho reforça as perspectivas favoráveis de crescimento neste segmento. “O mercado de transmissão é estratégico para o nosso negócio. Seja pela previsibilidade de resultados e estabilidade que oferece, seja pelos benefícios para as nossas áreas de concessão de distribuição, que crescem com taxas acima da média do país. Há uma demanda reprimida e uma carência de investimentos que queremos suprir”, finaliza.