PLD continua a subir mesmo no período úmido
Da Redação, de Brasília (com apoio da CCEE) —
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE informou que o Preço de Liquidação das Diferenças – PLD para o período entre 22 e 28 de dezembro subiu 10% nos submercados Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Nordeste, ao passar de R$ 79,16/MWh para R$ 87,21/MWh. Já o preço no Norte permaneceu no mínimo de R$ 40,16/MWh.
A elevação do PLD de Sudeste, Sul e Nordeste ocorre em função da queda das afluências previstas nestes submercados e elevação na carga prevista. Já a expectativa bastante otimista de afluências para o Norte, em 170% da média histórica, implica na manutenção do preço no piso estabelecido para 2018. As afluências previstas para o Sistema Interligado Nacional – SIN foram revistas para 99% da média histórica e são esperadas em 98% da MLT no Sudeste, 72% no Sul e em 85% da média histórica no Nordeste.
Em função da expectativa de temperaturas mais elevadas, a carga prevista para a próxima semana no SIN deve ficar em torno de 4.300 MWmédios mais alta, com redução esperada apenas no Nordeste (-275 MWmédios). No Norte, a expectativa é a mesma da semana anterior, enquanto no Sudeste (+3.745 MWmédios) e no Sul (+830 MWmédios) a carga deve ficar mais elevada frente à previsão anterior.
Já os níveis dos reservatórios do SIN ficaram cerca de 2.790 MWmédios mais baixos, quando comparados com os índices esperados na semana passada, apresentando reduções em todos os submercados: Sudeste (-1.630 MWmédios), Sul (- 605 MWmédios), Nordeste (-465 MWmédios) e Norte (-90 MWmédios).
O fator de ajuste do MRE para dezembro foi revisto de 97,5% para 100,7%. A previsão de Encargos de Serviços do Sistema – ESS para o último mês do ano é de R$ 367 milhões, sendo R$ 130 milhões referentes à restrição operativa e R$ 236 milhões por conta da reserva operativa de potência.
Aumento de consumo
Dados preliminares de medição coletados entre os dias 1º e 15 de dezembro apontartam aumento de 0,8% no consumo de energia elétrica no país, quando comparados ao mesmo período de 2017. As informações são do boletim InfoMercado Semanal Dinâmico, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, que traz dados prévios de geração e consumo de energia, além da posição contratual líquida atual dos consumidores livres e especiais.
Nas duas primeiras semanas de dezembro, o consumo no Sistema Interligado Nacional – SIN alcançou 64.376 MWmédios, montante de energia superior aos 63.853 MWmédios consumidos no mesmo período do ano passado.
O Ambiente de Contratação Regulado – ACR (cativo), no qual os consumidores são atendidos pelas distribuidoras (onde estão inseridos os consumidores residenciais, comerciais, industriais, rurais, serviços, iluminação pública e outros), registrou aumento de 0,6% no consumo, índice que considera a migração de consumidores para o mercado livre (ACL) na análise. Caso esse movimento dos agentes não fosse levado em conta na análise, o consumo seria 1,7% maior, índice impactado pelas altas temperaturas registradas em 2018, na comparação com o mesmo período de 2017.
Já no Ambiente de Contratação Livre – ACL, no qual as empresas compram energia diretamente dos fornecedores (com consumidores de atividade industrial/comercial/serviços), o consumo cresceu 1,4%, isso quando a migração é considerada. Sem as novas cargas oriundas do ACR na análise, o consumo apresentaria queda de 1,3%.
Dentre os ramos da indústria avaliados pela CCEE, incluindo dados de autoprodutores, varejistas, consumidores livres e especiais, os setores de bebidas (+6,3%), de minerais não-metálicos (+5,5%) e de saneamento (+1,5%) foram os segmentos com maior evolução no consumo, quando a migração não é considerada na análise. Por outro lado, os ramos de veículos (-5,9%), metalurgia (-4,7%) e de comércio (-3,1%) apresentaram retração no consumo dentro do mesmo cenário sem migração.
O InfoMercado Semanal Dinâmico também apresenta estimativa da produção das usinas hidrelétricas integrantes do Mecanismo de Realocação de Energia – MRE, em dezembro, equivalente a 97,45% de suas garantias físicas, ou 49.828 MWmédios em energia elétrica. Para fins de repactuação do risco hidrológico, o percentual é de 90,7%.
Liquidações financeiras de novembro
As liquidações financeiras de energia nuclear e cotas de garantia física e potência, referentes a novembro de 2018, movimentaram R$ 1 bilhão, sendo registradas adimplências de 96,2% e 94,89%, respectivamente, nas operações.
A liquidação financeira de energia nuclear é a operação pela qual 44 distribuidoras de energia elétrica rateiam a produção das usinas de Angra I e II, que pertencem à estatal Eletronuclear e estão instaladas em Angra dos Reis (RJ). Em novembro, a operação liquidou R$ 287.576.027,54 dos R$ 298.905.701,97 contabilizados, com adimplência de 96,2%.
No caso da liquidação de cotas, a operação somou R$ 775.103.646,12 dos R$ 816.867.159,71 contabilizados, o que representa adimplência de 94,89%. A liquidação de cotas é a operação na qual 44 distribuidoras de energia pagam para as geradoras envolvidas nesse regime uma receita de venda definida pelo governo – as hidrelétricas cuja concessão foi renovada ou expirada e que são alcançadas pela Lei 12.783/13. Os empreendimentos enquadrados no regime de cotas somam mais de 12 GW médios de garantia física.
Ambas as liquidações foram atribuídas à CCEE em 2013, sendo que a das usinas de Angra passou a ser realizada em separado pela instituição em atendimento à Lei 12.111/2009, enquanto a liquidação de cotas foi atribuída pela Lei 12.783/13.