Luna acena com mudanças, mas foco é geração
Da Redação, de Brasília (com apoio da UHE Itaipu) —
Ao assumir o cargo de diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional nesta terça-feira, 26 de fevereiro, em Foz do Iguaçu, o general Joaquim Silva e Luna dirigiu-se a autoridades, funcionários e profissionais de imprensa destacando a necessidade de mudanças na gestão da empresa, com mais foco na geração de energia, mas sem perder de vista o bom relacionamento entre brasileiros e paraguaios e a promoção do bem comum em ambos os países.
O general iniciou agradecendo pela nomeação ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Em seguida, afirmou que, desde o início de sua atuação, pretende se inteirar de todas as questões que envolvem a binacional “já de olho em 2023” (prazo para a renegociação do Anexo C, a parte financeira do Tratado de Itaipu).
“Sabemos que em tempos de mudanças descontínuas, não precisamos cometer erros para fracassar, basta continuarmos fazendo o mesmo. Portanto, mudanças são necessárias”, afirmou o novo diretor. “Pretendemos ajustar a agenda, que já está esboçada, conforme percepções e orientações alinhadas com a Eletrobras, a Ande, os Conselheiros e Atos Oficiais da Itaipu. À medida que o tempo for avançando, as mudanças necessárias certamente serão implementadas e os resultados aparecerão.”
Citando a missão institucional da Itaipu (de gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai), Silva e Luna sinalizou para a necessidade de focar na área fim da empresa. “Substantivamente, cabe à Itaipu gerar energia elétrica. O restante é derivativo dessa integral maior. Entendo que esse deva ser o foco.”
O novo diretor também abordou o impacto de novas tecnologias no setor elétrico e a constante necessidade de evolução. “O setor está em busca de novas alternativas que permitam, cada vez mais, renovação tecnológica, produção de energia com segurança, menor custo operacional e menores tarifas. Estaremos de olho nisso, e na austeridade de todos os gastos”.
Silva e Luna destacou os esforços políticos e diplomáticos que viabilizaram a construção da Itaipu e o bom relacionamento entre brasileiros e paraguaios ao longo da história da empresa. “Entendemos que, no dia a dia das nossas relações binacionais de trabalho, há que se reforçar as convergências e, a partir delas, alinhar nossas percepções e buscar consensos paritários.”
Ele ainda ressaltou o respeito ao Tratado de Itaipu, “a nossa Bíblia”, nas suas palavras. “A partir dele podemos avançar, ajustando-nos à conjuntura, dialogando, explicando, negociando, gerenciando expectativas, estruturando argumentos, buscando soluções de compromisso, ajustando trajetórias, velocidades e metas, mas preservando-se o destino final, que é o igualitário bem comum dos nossos povos.”
O diretor elogiou a escolha do vice-almirante Anatalício Risden Júnior para a Diretoria Financeira Executiva da Itaipu e, também, o desempenho do time da binacional, “que já joga um bolão e está aquecido”. E, por fim, saudou o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez em guarani, o que rendeu muitos aplausos da plateia, especialmente dos paraguaios.