Consumo de GN na indústria cresce 3,3%
Da Redação, de Brasília (com apoio da Abegás) —
O consumo de gás natural total no primeiro trimestre do ano totalizou 61,5 milhões de metros cúbicos/dia, um crescimento de 3,3 % em relação ao período equivalente em 2018, quando a demanda foi de 59,5 milhões de metros cúbicos/dia. Na indústria, segmento de maior consumo entre todos, com 28,4 milhões de metros cúbicos/dia, a alta no primeiro trimestre foi de 3,3% frente igual período em 2018 (27,5 milhões de metros cúbicos/dia).
Também registraram crescimento no período os consumos dos segmentos comercial (12%) e automotivo (8%). Os números fazem parte de levantamento estatístico da Abegás feito com concessionárias em todas as regiões do País.
“Os números são positivos, mas podem evoluir ainda mais. O gás natural pode ser a energia de base para o crescimento econômico. É preciso que o País adote as medidas corretas que resolvam de fato o principal problema do setor — a falta de diversidade de ofertantes de gás”, diz o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon.
“É fundamental o protagonismo adotado pelo inistro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, trazendo uma discussão com metas definidas e objetivas. Tudo que o País não precisa é de medidas que quebrem contratos, afetem a segurança jurídica e judicializem o setor. O exemplo de outros países em que a cadeia de gás era excessivamente concentrada, como Reino Unido e Espanha, mostra que o caminho é criar medidas que aumentem a concorrência na oferta e emitam sinais favoráveis para novos investimentos. É fundamental a integração entre os ministérios da Minas e Energia e Economia”, acrescenta o presidente executivo da Abegás.
“Somos totalmente favoráveis à implementação do consumidor livre, mas estamos convictos de que esse modelo só será viabilizado quando os consumidores tiveram mais ofertantes na comercialização de gás, ou seja, com a opção de aquisição do gás natural de outros agentes. De nossa parte, as distribuidoras seguem fazendo seu papel. Graças aos investimentos, a rede de distribuição teve um avanço de 6% em 2018 — muito acima do PIB (1,1%)”, completa Salomon.
Em março, o número de clientes que consomem gás natural chegou a 3,5 milhões, número de medidores nas indústrias, comércios e residências e outros pontos de consumo.
Consumo em março/19 em todos os segmentos:
Industrial — O consumo industrial apresentou crescimento de 3,3% no primeiro trimestre deste ano. Contudo, acompanhando a curva da produção industrial do País no mês de março, o segmento apresentou retração de 6,6% em relação ao mês anterior.
Automotivo — O consumo de Gás Natural Veicular (GNV) acumula alta de 8,1% no primeiro trimestre do ano. O menor custo por quilometro rodado e o maior rendimento do combustível, em relação aos combustíveis líquidos, segue impulsionando o uso de GNV no País.
Residencial — Apresentou retração de 5,7% no primeiro trimestre do ano e alta de 28,7% na comparação com mês anterior, em função de temperaturas mais elevadas, reduzindo o uso de aquecedor em chuveiros a gás.
Comercial — Teve alta de 12,1% no primeiro trimestre, mantendo a tendência de crescimento dos meses anteriores. Na comparação com fevereiro, o crescimento foi de 4,5%.
Geração elétrica — Com menor demanda a partir do desligamento de algumas térmicas, manteve-se praticamente estável no primeiro trimestre, com ligeira queda de 0,6%. Na comparação com o mês anterior, a retração foi de 31,7%.
Cogeração — Acompanhando ligeiramente o desempenho da indústria, registrou ligeira alta de 0,6% no trimestre e de 22,4% em relação ao mês anterior.
Destaques nas regiões em março/2019 ante março/2018:
• Centro-Oeste – Crescimento no consumo residencial (22,3%) e comercial (23,7%)
• Nordeste – Alta no consumo em cogeração (58,9%), GNV (7,5%) e comercial (12,5%)
• Norte – Alta no consumo comercial (66,5%)
• Sudeste – Alta no consumo residencial (6,4%) e comercial (18,3%)
• Sul – Crescimento no consumo industrial (9,9%), GNV (11,9%) e residencial (29,1%)