Bento participa de leilão para Roraima
Da Redação, de Brasília (com apoio do MME) —
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, participa, nesta sexta-feira, 31 de maio, do leilão para o atendimento ao Estado de Roraima na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em São Paulo. O certame visa garantir a segurança e confiabilidade energética à Boa Vista e localidades conectadas. Roraima é o único Estado brasileiro que ainda não é conectado ao Sistema Interligado Nacional – SIN. O leilão será realizado por meio de sistema eletrônico.
O suprimento de energia de Boa Vista era realizado por meio do recebimento de energia advinda da Venezuela, com complementação de geração térmica local. Entretanto, desde 07 de março de 2019, a geração térmica local está sendo integralmente utilizada para o atendimento à carga de Boa Vista, haja vista interrupção total no fornecimento de energia elétrica pela Venezuela, sem previsão de restabelecimento.
Atualmente, o atendimento à Capital vem sendo realizado somente por termelétricas a óleo diesel, com custos da ordem de R$ 1.287/MWh, equivalente a mais de quatro vezes o custo médio da energia adquirida pelas distribuidoras no Ambiente de Contratação Regulada (ACR) em 2019. Dada a interrupção do fornecimento pela Venezuela, o custo total de geração com térmicas a óleo diesel atinge R$1,9 bilhão ao ano.
Desde 2016, o número de interrupções do fornecimento de energia às cargas de Boa Vista cresceu consideravelmente devido à piora no desempenho da interligação Brasil – Venezuela, com reiterados desligamentos. Somente em 2018, houve 85 blecautes no sistema Boa Vista.
Assim sendo, as precárias condições do suprimento de energia elétrica ao Estado de Roraima, na qual se inclui a instabilidade do fornecimento de energia pela Venezuela; o alto custo advindo do suprimento exclusivamente a óleo diesel, caro e poluente, que é repassado a todos consumidores de energia elétrica do país pela Conta de Consumo de Combustíveis – CCC; e, a necessidade de suprimento com segurança a uma capital do país, em condições similares a outras regiões do país, ensejaram as tratativas para viabilizar o suprimento de energia à região por duas vias: por meio da realização de leilão para contratação de potência e energia com vistas a garantir a confiabilidade do suprimento a Boa Vista e localidades conectadas e da viabilização da Linha de Transmissão Manaus-Boa Vista, em uma interligação com mais de 700 quilômetros de extensão.
Por isso, o governo também vem empreendendo esforços para viabilizar a Linha de Transmissão Manaus-Boa Vista, por entender que, para atingir critérios de segurança e confiabilidade energética adequados a uma capital, é necessário que Boa Vista seja suprida por infraestruturas alternativas, de maneira semelhante às demais capitais do país, com o objetivo de prover a autonomia energética da região em relação à Venezuela, bem como garantir a segurança do suprimento à população de Roraima.